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Saiba os riscos e benefícios de investir na Bolsa de Valores

Há diversas facilidades de acesso aos investimentos em ações, dependendo dos valores e tipos de transações. Mas é preciso estudar bastante para não perder dinheiro. Saiba mais

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Imagem ilustrativa da notícia Saiba os riscos e benefícios de investir na Bolsa de Valores camera Cerca de 370 mil investidores optaram por usar até 50% do FGTS. | Reprodução

A possibilidade de utilizar parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na compra de ações da Eletrobras chamou a atenção para a possibilidade de outras formas de investimento no mercado financeiro. De acordo com o Governo Federal, cerca de 370 mil investidores optaram por usar até 50% do FGTS para comprar ações da empresa. Mas será que a maioria dos brasileiros conhece como funcionam as transações na bolsa de valores?

O mercado de ações é disciplinado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Banco Central (Bacen), pela B3B e pela BM&F, sendo a CVM responsável por regular o mercado e negociar ações de diversas empresas mediante leilão diário. Diante da oferta, o economista do Banco da Amazônia (Basa) e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-PA/AP), Luiz Euclides Feio, explica que os interessados podem adquirir ações, seja de forma direta, seja através de Clubes de Investimentos, de Corretoras de Valores Mobiliários ou ainda de Bancos de Investimento. “Com a globalização, qualquer pessoa de qualquer parte do país ou do mundo, pode investir”.

Para quem opta por investir no mercado de valores, há vantagens e riscos envolvidos nas operações. Como vantagem, está a possibilidade de obter ganhos expressivos, a depender do volume investido, de forma rápida. “O recomendável é comprar ações em Bolsa quando seus preços estão muito baixos e vendê-los assim que subirem. Esse movimento é muito volátil e depende de toda sorte de fatores, sejam internos ou externos (mundiais), que influenciam diretamente no volume de recursos e na expectativa de resultado das empresas ofertantes de ações em Bolsa”, explica Luiz.

Já em relação aos riscos, está a possibilidade de o investidor perder valores expressivos se não conhecer o mercado. “Você compra ações de uma determinada companhia acreditando que o preço irá se elevar por algum fator analisado. Porém, acontece uma situação imprevista com a empresa ou segmento da empresa cuja ação fora comprada, e essa queda pode representar uma perda significativa”, considera. “Você adquire ações a R$ 10 por lote e a empresa, ao perder mercado ou negócios, faz com que a “desova” de ações caia para R$ 3 por lote, aí a perda é de 70%. Se o investidor investiu R$ 10.000, seus papéis estarão valendo apenas R$ 3.000. Nesse caso, deve haver prudência em não vender agora e esperar que o mercado se recupere e reaja”.

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O ideal é que, antes de decidir iniciar no mercado de ações, buscar entender bem como ele funciona, se informando com profissionais especializados. “As políticas de cada Corretora é quem definem valores mínimos para se investir, até porque cobram taxa de administração”, aponta. “O recomendável é aprofundar-se na leitura sobre o assunto”.

RENDAS

Professor de Economia dos Mercados Financeiros e de Economia Ambiental da Universidade Federal do Pará (UFPA), Mário Ramos Ribeiro explica que um dos pontos fundamentais que precisa ser compreendido é que o mercado financeiro tem dois grandes ativos que proporcionam, basicamente, dois tipos de renda: há os chamados ativos de risco, que são as ações e que proporcionam rendas variáveis; e há, ainda, os chamados títulos de dívida, que pagam renda fixa.

“O retorno que as ações dão para o investidor varia conforme o desempenho da empresa. Se a empresa está bem em um mês, você tem um bom retorno, mas se a empresa ficar mal três meses, você estará em uma situação ruim por três meses. Então, esse mercado específico de ações é geralmente um mercado mais arriscado”, explica. “Já o mercado de títulos de dívida gera uma renda fixa. É como se o investidor fosse emprestar R$1.000 para alguém e essa pessoa iria lhe pagar R$10 todo mês durante um certo período. Então, você sabe aquele valor nominal que você vai receber”.

Apesar dessa divisão, o professor explica que, na prática, hoje se trabalha muito mais com os fundos, que envolvem tipos de mercado. “O fundo multimercado é um fundo onde você vai ter diversos mercados, mercados de dívida, mercado de ativos, moedas estrangeiras, os fundos setoriais. Todos eles têm um pouco de mistura. Não se faz mais essa coisa pura de investir apenas em um único ativo”, explica Mário, que já foi Secretário Executivo da Integração Nacional e presidente do Banco do Estado do Pará.

Nesse sentido, a depender do perfil do investidor, ele poderá estabelecer de que maneira pretende aplicar o seu investimento, com maior ou menor risco. “Se o seu perfil é de um investidor que quer correr um pouco mais de risco, mas não um risco tão grande, você pode, por exemplo, aplicar 70% do valor que você tem disponível em renda variável e o resto em renda fixa”, exemplifica. “Já se for um investidor que não quer risco, ele pode ir para o Tesouro Direto ou procurar uma carteira que tenha a maior parte em fundos de renda fixa e apenas um pouquinho em ações”.

Outro fator importante é considerar o cenário econômico, já que o mercado sofre influência de fatores externos. De acordo com o professor, o cenário observado hoje, com os efeitos da pandemia e, mais recentemente, da guerra na Ucrânia, aponta para três situações. “O cenário para o futuro, a partir de hoje, coloca a necessidade de prudência em relação às bolsas, a preferência por títulos de renda fixa governamentais e a necessidade de fugir de Fundos Hedge, de altíssimo risco”.

PASSO A PASSO

Confira um passo a passo para quem deseja iniciar no mercado de ações.

1 - Na prática, o primeiro passo é procurar uma corretora ou um banco que tenha uma carteira de investimentos, uma diretoria de investimento, o que chamam de Asset Managment. Nessa primeira etapa, deve-se buscar informações sobre qual instituição tem a melhor gestora de ativos. Essas informações podem ser obtidas nos cadernos especializados que publicam avaliações e rankings feitos por terceiros.

2 - Depois de escolher o banco que apresente a melhor carteira de investimentos, é o momento de atentar para questões fundamentais, como: quanto você tem para investir e o quanto esse recurso é importante para você. O professor Mário Ribeiro alerta que, um trabalhador da classe média no Brasil que deseja investir parte do seu salário, por exemplo, deve evitar as aplicações de altíssimo risco, os chamados Fundos Hedge.

3 - Atentando para esses cuidados, será necessário verificar qual é o seu perfil de investidor: se é de um investidor que deseja correr um pouco mais de risco ou se é um investidor que não deseja correr risco algum.

4 - Na hora de fazer uma aplicação, outro ponto que precisa ser avaliado é o momento econômico. O professor Mário alerta que não são tempos fáceis para investir na bolsa, o que não significa que se deva fugir dela. “Algumas pessoas já têm uma quantidade de recursos grande e sabem muito bem onde estão aplicando. Não me refiro a essas pessoas, estamos falando para o brasileiro médio que vai usar uma parte do salário dele. Esses têm que ter esse cuidado maior”, considera. “Existe outro cuidado adicional que é o mercado de endividamento das famílias. Se você tiver dívidas, é melhor pagar a dívida porque a dívida vai continuar”.

6 - Você tem que ficar atento às regras da aplicação. Ao contratar o serviço com o banco, ele terá que lhe apresentar o seu plano de aplicação onde ele vai informar qual é a taxa de administração que ele está cobrando, se vai ter tributação ou não, entre outras informações.

Fonte: Mário Ramos Ribeiro, professor de Economia dos Mercados Financeiros e de Economia Ambiental da Universidade Federal do Pará (UFPA).

GLOSSÁRIO

Entenda alguns termos do mercado financeiro.

Ação

Valor mobiliário emitido pelas sociedades anônimas, representando a menor fração do capital destas empresas. As empresas emitem ações para aumentar o capital social, e os recursos levantados podem ser utilizados para vários fins, sobretudo futuros investimentos.

Bolsa de Valores

Lugar onde se negociam títulos e valores mobiliários (sobretudo ações, opções, direitos e debêntures).

Carteira de Investimentos

Descreve um grupo de investimentos que o investidor possui, ou que compõe o fundo de investimento. Pode ser composta de vários instrumentos financeiros (ex. ações, títulos de renda fixa etc.).

Debêntures

São títulos de renda fixa de longo prazo (ou seja, com prazo acima de um ano), que são emitidos por empresas e podem ou não ter como garantia algum tipo de ativo. Sua finalidade principal é financiar os projetos de investimento ou alongar dívidas da empresa.

Perfil de Risco

Termo usado para determinar qual a disposição que um investidor tem em correr riscos na hora de investir seu dinheiro. Em geral são usados três perfis de risco para determinar um investidor: conservador, moderado e agressivo.

Fundo de Renda Fixa

Categoria de fundos cuja carteira é composta basicamente por ativos de renda fixa, ou ativos que se comportam como tal como, por exemplo, derivativos.

Fundo de Renda Variável

Fundo onde a maior parte da carteira está investida em ações, ou ativos de maior volatilidade. Além dos fundos de ações, essa categoria também inclui os fundos cambiais, fundos de derivativos e fundos de dívida externa.

Fundo Multimercado

Estes fundos diversificam a forma com que os recursos captados junto aos cotistas são aplicados, através do investimento em vários mercados ao mesmo tempo, além de poderem usar derivativos para alavancar seus rendimentos.

Fonte: Infomoney. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/glossario

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