Os apoios de líderes do bolsonarismo em Alagoas e fora dele não foram suficientes para alavancar a candidatura do senador Fernando Collor (PTB) ao governo do estado. Na votação deste domingo, a nova versão do ex-presidente bolsonarista foi derrotada em sua quarta tentativa de voltar ao cargo que exerceu entre 1987 a 1989.
Collor agora assistirá ao segundo turno entre o governador Paulo Dantas (MDB) e o senador Rodrigo Cunha (União Brasil). O mais provável é que ele não declare apoio a nenhum dos dois.
Durante a campanha, Collor não contou com vídeo de apoio de Bolsonaro e explicou a ausência como um "respeito" ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que apoia Cunha na disputa em Alagoas.
Collor está em fim de mandato no Senado e desistiu de tentar a reeleição por não querer ser derrotado pelo ex-governador Renan Filho (MDB).
Isolado politicamente em Alagoas, o senador foi se aproximando do presidente nos últimos meses, a fim de ganhar popularidade entre o público.
Apesar de já ter sido apoiador do PT e de ter sido duro crítico da gestão de Jair Bolsonaro na pandemia, foi ganhando confiança e votando sempre a favor do presidente no Senado.
Na campanha, incorporou o lema de Bolsonaro de "Deus, pátria, família e liberdade" e fez juras de amor e identificação com o bolsonarismo.
Foi assim que, embalado pela promessa de apoio da base fiel bolsonarista em Alagoas, se lançou ao governo do estado e conseguiu, em suas negociações, o apoio formal do PL, que indicou o vice na sua chapa: o vereador de Maceió Leonardo Dias.
Apesar do apoio dos mais fiéis bolsonaristas no estado, Collor não conseguiu emplacar nas pesquisas e só caiu.
Nos primeiros levantamentos, ele aparecia em segundo lugar, apontado como favorito a polarizar a disputa com o governador Paulo Dantas. Mas bastaram algumas semanas para que ele fosse ultrapassado pelo colega Rodrigo Cunha.
Collor celebrando acordo com o PL com seu candidato a vice, Leonardo Dias. Imagem: Reprodução/Facebook
Histórico decadente
Collor já foi governador de Alagoas entre 1987 a 1989. Depois de eleito e de sofrer o impeachment da Presidência em 1992, ele já tentou outras três vezes ser governador do estado, sempre encolhendo de eleitorado.
Em 2002, foi derrotado pelo então governador Ronaldo Lessa (hoje no PDT) em uma eleição definida já no primeiro turno.
Em 2010, tentou novamente, mas também caiu antes do segundo turno, que foi disputado por Ronaldo Lessa e Teotônio Vilela (PSDB).
Já em 2018, ele renunciou à disputa ao governo a pouco menos de um mês da eleição alegando falta de apoio político e financeiro.
Em 2022, porém, Collor decidiu não tentou renovar o mandato e enfrentar Renan Filho.
Desempenho Collor por eleição ao governo após o impeachment:
2002:
40,1% dos votos válidos
2010:
28,8% dos votos válidos
2018:
Renunciou quando tinha 22% das intenções de voto (Ibope em 16/8)
2022:
% dos votos válidos
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