A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) emitiu nota na terça-feira (11) na qual diz "lamentar e reprovar" a "exploração da fé e da religião" no segundo turno das eleições. Principal entidade da Igreja Católica no país, a CNBB não mencionou candidatos nem partidos no texto.
"Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições", afirma a entidade.
Apesar da menção a "momentos especificamente religiosos", não há referência na nota a nenhuma data. Nesta quarta-feira (12) é comemorado o Dia de Nossa Senhora Aparecida.
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato apoiado por ele para o Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciaram que participarão na ocasião de uma missa no Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo. Ambos disputam o segundo turno contra candidatos do PT -o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-prefeito Fernando Haddad.
Além disso, no fim de semana, Bolsonaro usou o Círio de Nazaré, uma das maiores celebrações religiosas e populares do país, para fazer campanha. O presidente e candidato à reeleição, que sofreu críticas de representantes locais da Igreja Católica, ficou isolado durante a festividade no Pará. O Planalto informou à reportagem que Bolsonaro participou da atividade como chefe de Estado.
A Arquidiocese de Belém afirmou que não convidou o mandatário e que não desejava nem permitia "qualquer utilização de caráter político ou partidário" do evento religioso.
Em rede social, Bolsonaro compartilhou uma foto para mostrar a seus seguidores que estava em Belém, com a legenda "Sírio" de Nazaré. A foto do post foi apagada e republicada sem o erro de grafia.
Lula foi convidado pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), para participar do Círio, mas recusou o convite.
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"Eu não gosto de fazer nenhum gesto que possa parecer que eu estou utilizando a religião para fazer política. Uma das coisas que eu tinha vontade de ver há muito tempo é o Círio de Nazaré, mas eu não vou porque é um ano de eleição", disse o petista.
O comunicado da CNBB desta terça defende ainda o que chama de "um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho" e diz que "a manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil".
A CNBB reafirmou também condenar veementemente "o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral".
Por fim, conclamou os eleitores a refletirem "na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum" e buscarem "proposição de ações que foquem a dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário".
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