Não é de hoje que o preço dos alimentos é um dos principais fatores que determinam a escolha da proteína ou corte que será levado para casa. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revelaram, por exemplo, que boa parte dos brasileiros passaram a substituir a carne bovina por outro tipo de proteína animal mais barata. O estudo aponta que entre os anos de 2019 e 2021, a queda no consumo, por pessoa, foi de 9,2%.
Nas feiras e supermercados da capital paraense, consumidores afirmam que pesquisar e comparar os valores dos produtos virou obrigação. Estudos recentes do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese-PA), confirmam também o que é visto no dia a dia. Segundo o órgão, o preço da carne bovina custa em média R$ 39,85. Já o frango resfriado pode ser encontrado, em média, a R$ 12,23 (kg).
Altas nacionais fazem cesta básica aumentar 12% no Pará
UM POUCO DE CADA
Aposentada, Maria Martins, 76, diz que faz o que pode para garantir um cardápio variado de proteínas na hora da alimentação.
“Cada dia que passa está ficando mais difícil escolher. Algumas vezes, a gente até busca levar o que é mais barato. Porém, está tudo ficando quase a mesma coisa e nos deixando sem muita opção. Como a gente precisa se alimentar não tem muito o que fazer, e a saída é levar sempre um pouco de cada”, contou.
Outras proteínas que passaram a ser ainda mais buscadas pelos paraenses, após a alta da carne vermelha, foram os pescados e os cortes da carne de porco. Para se ter uma ideia, o quilo da espécie pirapema chegou a custar R$ 7,02 (kg), e da pescada amarela cerca de R$ 28,78 (kg). Alguns cortes suínos têm saído mais em conta para o bolso. Nos açougues é possível encontrar o quilo do lombo de porco a R$ 18,00.
A tática adotada pelo também aposentado Raimundo Quadros, 70, é substituir os melhores cortes, seja da carne vermelha ou frango, pelas vísceras. “Há muito tempo tem sido assim porque não tem mais condição de ficar comprando todo tempo uma carne de primeira. O frango também ficou muito caro nos últimos meses e optando por essas partes menores a gente consegue economizar e levar mais um pouco para casa”, diz.
Mesmo com o recuo de quase 2% registrado no mês de setembro, a aquisição da cesta básica dos paraenses ainda acumula fortes altas e ainda compromete mais da metade do atual salário mínimo que é de R$ 1.212,00. Nos últimos 12 meses (setembro/2021-setembro/2022) o reajuste acumulado foi de quase 17%, taxa bem superior à inflação calculada em torno de 9% para o mesmo período, afirmam as análises do Dieese-PA.
Números
Preços médios (kg) segundo o dieese
R$39,85
Carne bovina.
R$12,23
Frango resfriado.
R$28,78
Pescada amarela.
R$18,00
Lombo de porco.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar