Segundo o colunista Leandro Mazzini, da revista IstoÉ E e do DOL, o presidente Jair Bolsonaro passou os últimos dias, desde a derrota nas eleições para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conversando com os aliados mais próximos do Centrão.

O objetivo dos encontros foi "cobrar a conta" pelo apoio que deu à base aliada como presidente da República e, acima de tudo, garantir alguma blindagem a partir de 1º de janeiro, quando não estiver mais no cargo. Esta teria sido a principal razão da demora em fazer qualquer declaração sobre o resultado do segundo turno.

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As tratativas, segundo Mazzini, começaram desde a noite de domingo, logo depois que ficou sabendo da vitória do candidato petista, e seguiram até a manhã desta terça-feira (1º), quando ele finalmente aceitou se pronunciar.

De acordo com aliados, as negociações foram tensas e extremamente detalhadas no que diz respeito ao futuro de Bolsonaro. Ele exigiu que Valdemar Costa Neto desse garantias de proteção nos próximos anos.

A maior preocupação do atual chefe do Executivo dizem respeito ao fato de que, assim que deixar o poder, ele ficará sem defensores jurídicos pagos pela União, além de não saber ao certo onde vai morar e também não ter um instituto em seu nome com financiadores externos, como outros ex-presidentes da República possuem.

Mazzini revelou, ainda, que Valdemar ofereceu uma mansão no Lago Sul, em Brasília, para que Bolsonaro pudesse morar a esposa, Michelle Bolsonaro e a filha menor. O aluguel será paga pelo PL.

Da mesma forma, o PL ficará responsável por bancar os advogados que defenderão o ex-presidente nos processos que responde na Justiça. No momento, são 58 no STF. No entanto, essas ações devem ser encaminhadas para a 1ª instância. Bolsoanaro também terá um salário pago pela Executiva do PL, referente ao cargo de conselheiro da legenda.

Interlocutores revelaram que sem essas garantias, Bolsonaro não faria qualquer movimento no sentido de acalmar os ânimos de seus apoiadores, especialmente aqueles que estão bloqueando rodovias e estradas pelo País.

O presidente do PL, Vademar Costa Neto, em evento ao lado do presidente Jair Bolsonaro. Foto: (Foto: Reprodução/Youtube)

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