Assessores de transição de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estão conversando com os governos do Reino Unido, Suíça e França, em busca de doações para o Fundo Amazônia, que visa obter recursos internacionais para proteger a floresta e combater as mudanças climáticas.
O Reino Unido disse que seu governo estuda ingressar ao projeto, que já conta com cerca de 3 bilhões de reais, e confirmou que seus ministros do Clima e Meio Ambiente foram abordados pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) na cúpula do clima COP27, no Egito, para discutir possíveis doações.
"Eu tive reunião com a França, que sinalizou positivamente [doar para o fundo]. E tivemos, inclusive, informação, já de consequência também de uma reunião que tivemos lá [Egito], de que o Reino Unido também é positivo", disse Helder em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Helder Barbalho afirmou ainda à Folha de S.Paulo que a captação de recursos para investimentos na área climática -não apenas no Fundo Amazônia- deve ser um dos eixos da política ambiental do novo governo.
"Nós vamos ter que fazer desta reconstrução de imagem [do Brasil no exterior] um ativo importante para que nós possamos extrair dos principais países -e destacam-se Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, França e Alemanha– oportunidades que se coloquem um horizonte extremamente relevante de captação de recursos para o financiamento climático", disse o governador do Pará.
O Fundo Amazônia foi lançado no primeiro governo Lula, de 2003 a 2010, financiou projetos de conservação e conta com a Noruega e a Alemanha como seus maiores doadores. A gestão do fundo é feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Porém, o presidente Jair Bolsonaro (PL) congelou o fundo, citando irregularidades de gastos.
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Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente de Lula e atual conselheira do presidente eleito, disse em entrevista à Reuters que se reuniu com autoridades norueguesas e alemãs na segunda-feira (28) para discutir o reinício do fundo.
O ministro do Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, disse em uma cúpula climática da Organização das Nações Unidas que espera que o fundo seja reiniciado em janeiro de 2023, quando Lula assume a presidência.
A ex-ministra disse que almoçou com o embaixador britânico no Brasil e com o chefe do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra) para tratar de uma nova cooperação bilateral, inclusive sobre o Fundo Amazônia. As embaixadas suíça e francesa não responderam se irão integrar ou não ao fundo.
O desmatamento da Amazônia atingiu o maior nível em 15 anos sob o governo Bolsonaro, que reverteu as proteções ambientais e defendeu mais agricultura e mineração na região amazônica.
Já Lula prometeu eliminar o desmatamento usando todas as ferramentas à sua disposição.
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