Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram invadir, na noite desta segunda-feira (12), a sede da Polícia Federal, na Asa Norte, em Brasília. Durante os atos de vandalismo, ninguém foi preso.
Com integrantes vestidos com camiseta da Seleção Brasileira, o grupo danificou dezenas de carros que estavam estacionados nos arredores do prédio da corporação. Alguns, inclusive, chegaram a ser incendiados.
Um ônibus com motorista dentro foi incendiado. Por sorte, ele conseguiu descer antes de o veículo ser totalmente consumido pelo fogo. Pelo menos cinco ônibus se tornaram alvo das chamas. O Corpo de Bombeiros Militar do DF confirmou que sete veículos queimaram (quatro ônibus, totalmente, e um, parcialmente).
Alguns bolsonaristas justificaram o ato alegando que agentes da PF “prenderam injustamente um indígena”. O Metrópoles apurou que é o Cacique Tserere, um líder de um grupo indígena Xavante apoiador de Bolsonaro. Bastante conhecido entre aqueles que estão há dias no QG do Exército pedindo intervenção militar, ele faz os discursos mais inflamados contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Vídeos mostraram alguns dos manifestantes armados com pedaços de paus correndo em direção à sede da Polícia Federal. Um homem dizia que ônibus com mais bolsonaristas chegariam para reforçar o ato antidemocrático. Um deles, muito exaltado, gritava: “Eu posso morrer aqui hoje, não tem problema, não”. A reportagem flagrou manifestantes jogando pedras em viaturas e policiais.
Diante do clima tenso, a corporação pediu reforço, a fim de impedir a destruição do prédio. A Polícia Militar do DF (PMDF) usou spray de pimenta e bombas de gás para espantar o grupo. Com o conflito, os arredores da PF aparentavam clima de batalha, com pedaços de paus e pedras espalhados por todos os lados. Por conta do cenário de guerra, a W3 Norte precisou ser fechada na altura do Brasília Shopping. O centro comercial, inclusive, precisou ser evacuado em função do ambiente hostil.
Apesar de inúmeras imagens flagrando criminosos depredando equipamentos públicos e privados, até a última atualização deste texto, a PMDF não informou se alguém havia sido preso durante os atos de violência que aterrorizaram quem passava pela região central da cidade.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo, prometeu “reavaliar a questão da manutenção do acampamento” bolsonarista instalado em frente ao QG do Exército, pois segundo ele, parte dos vândalos faz vigília no QG.
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