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Veja os golpes mais comuns no Carnaval e como evitá-los 

Fraude de cartão, furto de celular e promoção falsa estão entre armadilhas do período.

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Imagem ilustrativa da notícia Veja os golpes mais comuns no Carnaval e como evitá-los  camera Bloco de Carnaval | Reprodução

O Carnaval começa oficialmente no próximo dia 18, mas blocos têm ocupado as ruas de São Paulo desde o início de janeiro e já há reclamações e relatos de furtos. Do golpe da maquininha ao comprar uma cerveja a falsas promoções de ofertas voltadas para a festa, o folião acaba precisando equilibrar a diversão com a atenção.

A reportagem ouviu especialistas que explicaram os golpes mais comuns no período, como evitá-los e o que fazer caso seja vítima.

FRAUDES DE CARTÃO DE CRÉDITO

Quadrilhas brasileiras são referência global em burlar a segurança de máquinas de cartão. Uma delas foi a primeira do mundo a conseguir bloquear pagamentos por aproximação, para induzir a operação com inserção do chip, o que permite a aplicação do golpe conhecido como compra fantasma.

Esse esquema simula erros, a partir de um vírus, em máquinas de cartão para duplicar transações e, sem que lojista ou cliente percebam, realizar uma segunda cobrança ao cliente, de mesmo valor, mas direcionada à conta do golpista.

Para infectar os aparelhos de cobrança, os cibercriminosos entram em contato com donos dos pontos de venda, por telefone ou até com telegramas, passando-se por funcionários das empresas de maquininhas ou bandeiras de cartão.

Nesse caso, o consumidor não tem o que fazer, além de desconfiar dos seguidos erros durante o pagamento.

Segundo o professor de Direito do Consumidor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Bruno Boris, o consumidor prejudicado por essa fraude pode acionar a Justiça contra o comerciante ou contra a empresa da maquininha, que tiveram sua segurança superada.

Mas, segundo pesquisa da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) de 2020, o golpe mais comum no Carnaval é a troca de cartões de crédito.

O golpista assume a função de vendedor ambulante ou motorista de aplicativo, por exemplo. Aproveita a distração do cliente para observar a senha ou induzi-lo a digitar o código no campo de valor da compra.

Já ciente da senha, o falso comerciante troca o cartão e devolve outro muito parecido. Sem perceber, o folião entrega tudo ao estelionatário.

O Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo) dá as seguintes orientações para evitar esses golpes:

- Não utilizar máquina com o visor quebrado ou que não permita a leitura dos dados

- Não perder de vista o cartão. O dono deve manuseá-lo na inserção e retirada e também na aproximação

- Verifique os valores expressos no comprovante e se o cartão devolvido é o correto

- Alerte-se caso os números da sua senha apareçam na tela da maquininha após a digitação

- Antes de inserir a senha, confira se o valor da conta foi digitado corretamente

- Nunca empreste o cartão

- Memorize a senha e não a guarde junto do cartão

- Tenha em mãos uma relação de números de telefone para comunicação de roubo ou extravio do cartão

Os clientes do Nubank também têm a opção de acionar o "Modo Rua", funcionalidade que permite limitar o valor total máximo de transações quando o usuário está fora de casa —vale para Pix, transferências e pagamentos de boleto.

Os usuários do aplicativo do Nubank também podem gravar redes wi-fi de confiança, que, a partir da conexão, liberam as restrições do "Modo Rua". A ferramenta estava em fase de teste desde outubro e foi anunciada oficialmente nesta quinta-feira (2).

FURTOS DE CELULAR

Os furtos e roubos de celular também devem preocupar os foliões. Com o smartphone em mãos, criminosos podem acessar contas bancárias, redes sociais, efetuar transações financeiras e roubar dados, causando prejuízos à vítima que vão além da reposição do aparelho.

Nos piores casos, o ladrão chega a usar aplicativos de bancos para solicitar empréstimos.

Aumentar a segurança do aparelho é essencial para mitigar esses danos. Adicionar verificações em dois fatores nos aplicativos em que for possível é um primeiro passo. Veja outras dicas:

- Sempre use uma proteção para desbloquear o celular, seja por PIN (sequência numérica), senha escrita, biometria ou reconhecimento facial

- Ative a senha do seu chip. Se a função for ativada, será necessário digitar essa senha toda vez que o usuário ligar o telefone ou colocar o chip em outro aparelho, o que dificulta burlar a verificação em dois fatores

- Guarde aplicativos com informações sensíveis em pastas seguras ou deixe-os ocultos. Considere apagá-los antes de sair de casa

- Não salve senhas no celular ou guarde prints de transações bancárias e documentos

- Reduza o limite individual e diário das suas transações financeiras (Pix principalmente) e siga recomendações de segurança de sua instituição financeira

- Bloqueie a linha com a operadora

- Aprenda como bloquear e apagar remotamente seu aparelho. Em iPhones, isso pode ser feito no iCloud; em dispositivos Android, podem ser usados os serviços do Google

- Escolha alguém de confiança para ter acesso ao sistema de bloqueio remoto do celular para apoiá-lo em caso de roubo ou furto

- Registre boletim de ocorrência e bloqueie o aparelho com o código IMEI, disponível na caixa do aparelho e nos aplicativos de busca do dispositivo

Quem perceber saques ou lançamentos indevidos na conta ou fatura pode contestar a transação junto à instituição financeira. Não havendo solução, pode registrar reclamação no Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo).

De acordo com Bruno Boris, não há consenso na Justiça se a instituição financeira deve ressarcir a vítima de furto ou roubo em caso de desvio de valores da conta bancária. "A pessoa precisa provar que houve falha de segurança".

PROMOÇÕES FALSAS

Diversas marcas promovem ofertas especiais no Carnaval. Estelionatários aproveitam a situação para se passar por empresas e roubar dinheiro e dados.

O Nubank, por exemplo, informou seus clientes no início de janeiro que golpistas se apresentavam como o banco digital para divulgar uma falsa promoção com o nome Pix de Carnaval.

"A mensagem pede que os usuários entrem em um link, respondam a um questionário e encaminhem esse link para seus contatos no WhatsApp em troca de um Pix de até R$ 150. No entanto, tudo não passa de uma fraude", diz o comunicado disponível no blog do Nubank.

É um caso clássico de phishing (de fish, peixe), a prática de "pescar" o usuário de internet para que ele clique em um link malicioso, para roubar dados e até induzi-lo a realizar pagamentos.

Para evitar essa fraude, é importante não confiar em mensagens de procedência duvidosa e sempre verificar a autenticidade do remetente.

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