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Violência nas escolas: o que fazer para mudar esse quadro?

Ocorrências de ataques dentro do ambiente escolar, inclusive em Belém, trazem a tona a responsabilidade de cada ente envolvido na questão, como parentes, professores e Estado, e como evitar outros casos

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Imagem ilustrativa da notícia Violência nas escolas: o que fazer para mudar esse quadro? camera Aluno da Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, esfaqueou quatro professoras e um aluno. Uma delas morreu | BRUNO SANTOS / FOLHAPRESS

O crescimento de atentados nas escolas brasileiras verificado nos últimos anos e que resultou na morte de alunos e professores, exige um complexo trabalho envolvendo vários atores como forma de prevenir esse tipo de ocorrência, que choca pela brutalidade e violência.

O primeiro passo é o monitoramento constante do ambiente cibernético, onde está enraizado o discurso de ódio. O segundo - e não menos importante - é a criação de políticas públicas para controlar a circulação de armas que foi incentivada nos 4 anos da gestão de Jair Bolsonaro.

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Aliado a isso, também se faz necessário criar mecanismos para combater o discurso misógino e preconceituoso que permeia o cotidiano de muitos jovens brasileiros. São ações fundamentais, segundo especialistas, para que a segurança pública consiga combater e frear essas ocorrências.

O tema veio à tona novamente essa semana com dois casos de repercussão nacional e local. O primeiro ocorreu na última segunda-feira (27), quando um adolescente de 13 anos esfaqueou 4 professoras e um aluno dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, foi esfaqueada pelas costas e não resistiu.

O adolescente que praticou o crime é aluno do 8º ano do Ensino Fundamental na escola e anunciou o ataque em um post em rede social, onde escreveu ter aguardado pelo momento a “vida inteira” e que esperava matar pelo menos uma pessoa. O alvo principal do autor do ataque era um estudante com quem teria brigado na semana passada, mas esse colega não estava no local. A professora Elisabeth teria sido uma das pessoas que agiram para separar os estudantes durante o conflito.

O segundo caso ocorreu na Região Metropolitana de Belém na tarde da última quinta-feira, quando um aluno também foi esfaqueado por outro de 17 anos dentro da sala de aula da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Palmira Gabriel, localizado na avenida Augusto Montenegro, bairro do Tenoné.

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Segundo uma testemunha, a vítima teria jogado bolas de papel em um colega de classe, que revidou deferindo-lhe três facadas. Policiais Militares apreenderam a mochila do suspeito com duas facas e uma machadinha. A vítima foi levada para um hospital, com facadas no rosto, mão e abdômen. O esfaqueador foi encaminhado para a Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), da Polícia Civil.

QUESTÕES

Júlia Neves de Albuquerque Maranhão, psicóloga especialista no atendimento a crianças e adolescentes, observa que o Brasil vem registrando um aumento de situações ligadas a saúde mental entre os adolescentes e jovens, envolvendo questões socioemocionais e um enfraquecimento do laço social ocasionado pelo aumento das relações mediadas pela esfera virtual. “Somado a isso temos um maior compartilhamento e acessos a informações nas redes sociais, em fórum privados ou até mesmo na deep web. Todos esses fatores, juntos, podem possibilitar e até aumentar essas ocorrências de eventos violentos dentro das escolas”, explica.

Ela diz que o adolescente emite sinais quando está precisando de ajuda, entre os quais o aumento do isolamento social, excessiva busca pelos eletrônicos, irritabilidade, discurso com linguagem violenta, mudança brusca de comportamento. “Relatos sobre bullying são sinais que acendem um alerta e precisam de atenção, tanto dos pais como da escola. Claro que não é qualquer alteração, nesse sentido que aponta que o adolescente será responsável por ataques violentos, mas já sinalizam que esse adolescente pode estar precisando de ajuda”, coloca.

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