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Belém é a 4ª capital com mais pessoas acima do peso

Segundo pesquisa, 61% dos belenenses dizem estar com sobrepeso, índice que teve aumento durante a pandemia. Em 15 anos, esse aumento foi de 20%. Alimentação ruim e falta de exercícios são os vilões

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Imagem ilustrativa da notícia Belém é a 4ª capital com mais pessoas acima do peso camera Segundo o levantamento, a obesidade é maior entre os homens, com 59,9%, do que entre as mulheres, que registraram 55% | FOTO: Fernando Donasci

A obesidade vem aumentando no Brasil nos últimos anos. A prevalência de obesidade (IMC superior a 30 kg/m2) ou de excesso de peso tem crescido de modo expressivo em todas as faixas etárias. Entre os adultos, em média, 57,25% da população do Brasil está com sobrepeso. Este resultado quer dizer que a cada 10 brasileiros, ao menos seis estão com o peso acima da média ideal, calculada pelo Índice de Massa Corpórea (IMC). Em Belém, esse índice chega a 61% da população.

Dados de dois inquéritos que apuram fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis mostram que esse fenômeno já atinge mais de um quarto da população adulta brasileira: o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) e o Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023).

O último dado da Vigitel revelou que a obesidade é maior entre os homens, numa média de 59,9%, enquanto as mulheres registraram uma média de 55%. Outro ponto de pesquisa foi quanto à distribuição por faixas etárias, na qual o problema era mais alto nas faixas de 45 a 54, chegando a 64,4%, e na faixa entre 55 e 64, chegando a 64%.

O levantamento fez uma comparação entre as capitais brasileiras, e Belém está entre as cidades que apresentam os maiores índices de excesso de peso, com a quarta maior porcentagem de respostas positivas, 61,3% das pessoas informaram ter tido aumento de peso nos últimos anos. A capital com mais afirmações sobre o aumento de peso corporal é Porto Velho (64,4%), seguida por Manaus (63,4%) e Porto Alegre (62%). Por outro lado, as com menores resultados foram São Luís (49,27%), Palmas (50,12%) e Vitória (51,49%).

PANDEMIA

Um estudo realizado pela Ipsos (empresa de pesquisa e de inteligência de mercado) em 30 países mostra que mais da metade dos brasileiros (52%) ganharam em média 6,5 quilos extras desde o início da pandemia sendo que homens e mulheres tiveram crescimentos semelhantes ao peso corporal. A pesquisa Diet & Health Under Covid-19 apontam que entre os brasileiros adultos os obesos já ultrapassam os 21%.

O outro levantamento, o Covitel, confirma os dados anteriores à Covid-19 e mostram o quadro nos anos seguintes, até 2023. O estudo revelou um aumento alarmante no número de jovens brasileiros obesos com idade entre 18 e 24 anos. De acordo com os dados coletados, houve um crescimento de 90% em relação ao ano anterior. Em 2022, 9% dos jovens nessa faixa etária apresentavam Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30, indicando obesidade. No entanto, em 2023, esse percentual saltou para 17,1%.

“Os dados da Vigitel já mostravam que a população estava cada vez mais em risco porque ela come mal, bebe mais e não faz atividade física e uma hora a conta chega. Mas não esperávamos esse aumento de 90%. É algo que nos chamou muito a atenção. Esse é um jovem que passou o fim da sua adolescência, que é um momento de muita interação, na pandemia. Em vez disso, ele estava dentro de casa”, relata a gerente sênior para Doenças Crônicas Não Transmissíveis da Vital Strategies, Luciana Vasconcelos Sardinha.

A pesquisadora chama a atenção para os hábitos de vida pouco saudáveis dessa população, o que contribui para o excesso de peso. O levantamento, realizado pela Vital Strategies, organização global de saúde pública, e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), mostrou que 32,6% dos jovens de 18 a 24 anos relataram episódio recente de consumo abusivo de álcool.

A pesquisa revela que essa é a faixa etária que menos consome frutas, verduras e legumes e a que mais consome refrigerante ou sucos artificiais. E a geração que têm alto nível de sedentarismo: apenas 36,9% praticam os 150 minutos semanais recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). São líderes em tempo de uso de telas (celulares, monitores ou TVs): 76,1% utilizam dispositivos como celulares, tablets ou televisão três horas ou mais por dia para lazer e cerca de metade desses jovens entre 18 e 24 anos não dorme a quantidade de horas recomendadas para a idade.

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Os efeitos destes hábitos tendem a se agravar com o tempo, mas os problemas de saúde já começam a aparecer: 8,2% dos jovens de 18 a 24 anos, o que corresponde a 1,4 milhão de pessoas, já sofrem de hipertensão e 2,2% ou 750 mil jovens têm diabetes. A saúde mental também está comprometida com 31,6% dos brasileiros com ansiedade e 14,1% com depressão. “Precisamos lembrar que os jovens são uma força econômica para o país e isso representará um grande problema. Se continuar assim, teremos uma população de obesos, com doenças crônicas não transmissíveis. Além disso, tem a questão da saúde mental, que é preocupante. Precisamos de uma política pública de estado com foco nessa população para evitar problemas na economia e também no sistema de saúde”, avalia Luciana Sardinha.

A pesquisa ouviu 9 mil brasileiros de todas as regiões. O objetivo do levantamento é trazer um retrato da magnitude do impacto dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) na população adulta brasileira (18 anos ou mais). O questionário trazia perguntas sobre percepção geral de saúde, prática de atividade física, hábitos alimentares, saúde mental e prevalência de hipertensão arterial e diabetes, além de consumo de álcool e de tabaco.

Mudanças

15 anos

Os dados mostram a comparação de resultados de 15 anos, de 2006 a 2021. De acordo com os dados do Vigitel, em 2006 - primeiro ano de formulação da questão relacionada ao peso da população pesquisada - a média da população acima do peso era de 42.74%. Em 2010, essa média estava em 48,18%, em 2015 ficou na casa dos 53,92% e em 2019 o registro foi de 55,37%.

Em Belém essa evolução partiu de 40,7% em 2006 chegando em 2012 a 50,4% de pessoas que declararam ter excesso de peso 10 anos após o primeiro levantamento, depois, e a 61,3% em 2021, último ano analisado pela pesquisa. Pessoas que declararam já sofrer de obesidade em Belém tiveram um salto de 184% nesse período de 15 anos, partindo de 13,3% em 2006 para 24% em 2021.

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