O arquiteto, empresário e ex-BBB Felipe Prior foi condenado pela 7ª Vara Criminal de São Paulo no último sábado (8) por um estupro cometido por ele em 2014, e denunciado em 2020. A decisão, assinada pela juíza Eliana Cassales Tosi Bastos, é de que ele cumpra seis anos de prisão em regime semiaberto. Prior pode recorrer em liberdade e o caso corre em segredo de justiça.
A vítima, que não teve a sua identidade revelada, deu detalhes do crime em entrevista ao Fantástico deste domingo (16). A mulher, de 31 anos, explicou que conheceu Prior na época em que eles faziam faculdade em São Paulo. Os dois se aproximaram por intermédio de uma amiga em comum, e combinaram de irem juntos para a casa após as aulas porque todos "moravam próximos" na zona norte da capital.
No dia do crime, cometido em 8 de agosto de 2014, a vítima tinha ido a uma festa na Universidade de São Paulo (USP), à qual Prior também compareceu. Ela encontrou o ex-BBB quando estava indo embora, e ele ofereceu carona. Ela e a amiga aceitaram. O arquiteto, então, deixou a amiga em casa e depois foi levá-la.
Segundo ela, no caminho, Prior parou o carro, começou a beijá-la, foi para o banco de trás do veículo e a puxou. "À medida que as coisas iam acontecendo , ele se tornava cada vez mais agressivo. Eu falei: 'Felipe, eu não quero, não quero'. Comecei a tentar resistir e ele começou a puxar meu cabelo, começava a me segurar pelos braços, pela cintura. Ele começou a falar pra eu parar de me fazer de difícil, que é claro que eu queria, que agora não era hora de falar que não, e começou a forçar penetração."
Ainda segundo a vítima, nesse momento, Prior machucou sua parte íntima. "Quantas vezes eu preciso falar 'não' para a pessoa entender que ela está me machucando? Que está me violentando? E ele é muito mais forte que eu. Eu não tinha como sair dessa situação. Foi bem doloroso. Eu gritei, começou a sair muito sangue. Foi o susto que ele teve que levar para parar a situação, porque fez uma poça de sangue no carro dele, nele, ele perguntou se eu queria ir para o hospital, aí eu falei que 'não', que eu só queria ir para minha casa."
Em em casa, ela tentou estancar o sangramento mas, sem sucesso, precisou ir ao hospital. "Quando eu cheguei na minha casa eu fui direto para o banheiro, fiquei no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha, mas minha pressão já estava muito baixa. Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar, e aí ela deu uma olhada no machucado, levantou e falou 'a gente vai para o hospital'".
Na unidade de saúde, a médica constatou que houve uma laceração de grau 1 compatível com penetração. Na ocasião, a especialista perguntou o que havia acontecido, mas ela não quis falar. Após o estupro, Felipe Prior mandou mensagem para saber como ela estava e pediu para que ele não contasse o ocorrido a ninguém.
"Eu estava com medo dele falar para as outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação. Eu não queria que as pessoas me vissem, me enxergassem e pensassem nisso." A mulher relatou que demorou para compreender que havia sido vítima de Felipe Prior. "Eu não me via assim. Fui escondendo de mim mesma, fui evitando lidar com essa situação. Eu achava que ia conseguir apagar isso da minha vida e seguir em frente como se nada tivesse acontecido, mas isso não aconteceu. Eu tive crise de pânico, crise de ansiedade, agravaram muito mais a minha situação psicológica."
Ela também contou que ao ver Prior na vigésima edição do Big Brother Brasil, teve uma crise de ansiedade. "Vi o rosto dele pela primeira vez em muitos anos. Eu só decidi denunciar tudo o que aconteceu depois que eu comecei a receber das minhas amigas prints de tweets de outras mulheres falando que tinham sido abusadas e violentadas por ele."
Atualmente, Felipe Prior enfrenta outras três denúncias de estupro. O ex-BBB nega as acusações e se diz "inocente".
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