Nesta manhã, após a conclusão da primeira fase da oitiva de Walter Delgatti Neto, conhecido como o “Hacker da Vaza Jato", o cenário político brasileiro passou por mais uma série de revelações.
Durante seu depoimento perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), Delgatti fez graves acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, sugerindo sua participação em diversos atos ilícitos.
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O hacker afirmou perante a CPMI que Bolsonaro teria mandado realizar uma série de ações, incluindo tentativas de manipulação do sistema eleitoral. Em um trecho, Delgatti detalhou que o ex-presidente teria requisitado sua ajuda para criar um "código-fonte falso" a fim de simular falhas nas urnas eletrônicas. Essa operação estava supostamente planejada para ocorrer durante um evento no dia 7 de setembro do ano passado.
Com as novas informações, a relatora da CPI, Eliziane Gama (PSD-MA), reforçou que já é possível pedir o indiciamento do ex-Presidente ao fim das reuniões do colegiado: “Hoje, os elementos apresentados a esta comissão nos dão fortes condições de, ao final, teremos o indiciamento do ex-presidente Bolsonaro. Nós precisamos compatibilizar com as quebras que nós estamos defendendo que ocorram. Dentre elas, a quebra de sigilo de relatórios do Coaf e também as quebras telemáticas”, ressaltou a Senadora.
O hacker também alegou que Bolsonaro teria oferecido um indulto caso Delgatti fosse incriminado por suas atividades. Além disso, teria sido mencionada a existência de um grampo incriminatório envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em posse do governo. Alegadamente, o ex-presidente teria solicitado que Delgatti assumisse a responsabilidade pela autoria desse grampo.
Para Eliziane, as alegações do hacker são de extrema gravidade e requerem uma investigação minuciosa. Ela anunciou ainda a intenção da comissão de solicitar quebras de sigilo e documentos junto a órgãos de fiscalização como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Esses pedidos visam obter elementos que possam corroborar a suposta participação de Bolsonaro no planejamento de atividades com conotações golpistas.
A expectativa é que a CPMI agende uma sessão deliberativa para a próxima semana, a fim de votar os requerimentos de quebra de sigilo. A data para essa sessão deve ser negociada com o presidente do colegiado, Arthur Maia, representante da União-BA.
É importante destacar que esse depoimento ocorre um dia após outro depoimento de Delgatti perante a Polícia Federal (PF). Nesse contexto, o hacker é investigado pelo suposto envolvimento na inserção de dados falsos relacionados ao ministro Alexandre de Moraes no Banco Nacional de Mandados de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
As investigações também apontam para possíveis ligações entre Delgatti e a deputada federal Carla Zambelli, conhecida por suas conexões com o ex-presidente Bolsonaro. A suspeita é de que Zambelli teria contratado os serviços do Hacker para beneficiar Bolsonaro durante as eleições de 2022.
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