De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil tem cerca de 822 mil caos de estupro de mulheres a cada ano, sendo 2 por minuto. Um número muito alto e que precisa ser combatido com muita atenção e programas de proteção a mulher.

Um proctologista Dr. Paulo Augusto Berchielli, de 63 anos, está sob suspeita de estuprar pelo menos quatro pacientes que passaram por tratamento na clínica particular, localizada no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo.

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As acusações levaram o Ministério Público (MP) a emitir uma denúncia formal contra o cirurgião, solicitando a prisão dele. O pedido que foi acatado pelo Judiciário. No entanto, o profissional encontra-se foragido.

O suposto caso de abuso sexual teve denúncia feita por quatro mulheres que teriam sido vítimas do médico, sendo que duas delas relatam terem sido estupradas após procedimentos cirúrgicos de hemorroida. O caso permanece em segredo de Justiça, conforme informado pelo MP.

Uma das vítimas, descreveu a experiência como um "pesadelo", afirmando: "A sensação era de pedir a morte. Eu queria morrer. Não queria estar vivendo o que estou vivendo. Um pesadelo".

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Ela relatou ter pago a quantia de R$ 5 mil por uma cirurgia a laser na clínica de Dr. Paulo. No entanto, durante o procedimento, o médico teria afirmado que uma assistente estaria presente, mas, no dia da cirurgia, ele estava sozinho. A paciente alega que durante o procedimento, após a aplicação de um anestésico, adormeceu. Ao acordar, encontrou-se em uma situação de sangramento e dor na região pélvica, sem relação com o local da cirurgia.

Em consultas de acompanhamento no pós-operatório, a vítima também relatou ter sido novamente abusada, denunciando que o proctologista não usava luvas durante os procedimentos. Segundo ela, a cirurgia resultou em uma infecção. "Ele quase me matou, quase tirou a minha vida", lamentou.

Outra vítima, após passar por uma cirurgia de hemorroida em agosto de 2022, alegou ter sido abusada quando ainda estava sob os efeitos da anestesia. Ela descreveu momentos de confusão, com flashbacks do médico a colocando de bruços na maca, seguido por vômitos. Ela imediatamente denunciou o caso e se dirigiu à 5ª Delegacia de Defesa da Mulher para registrar um boletim de ocorrência.

No entanto, no processo de investigação, os laudos iniciais não detectaram evidências de abuso. A vítima percebeu que não foi coletada uma amostra de sêmen da calcinha dela e, após insistência do Ministério Público de São Paulo, a perícia foi realizada. Mais de um ano depois, o resultado confirmou a presença de sêmen.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo lamentou o atendimento recebido pela vítima na delegacia e anunciou a abertura de um inquérito na Corregedoria para apurar a conduta das agentes. A SSP também esclareceu que todos os laudos periciais, incluindo os das roupas íntimas, foram concluídos e anexados ao inquérito policial.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) declarou que está investigando a conduta do cirurgião, porém, até o momento, não recebeu uma notificação oficial sobre o mandado de prisão emitido contra o médico.

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