Neste dia 2 de novembro, milhares de pessoas prestarão suas homenagens a familiares, amigos e conhecidos que partiram dessa vida. Conhecido como o Dia de Finados, a data é uma das tradições do catolicismo mais antigas, com origem na França, no século X. A cultura que se espalhou por diversos lugares está ligada à crença de que existe vida após a morte. Ainda com relação ao cristianismo, a data surgiu como uma extensão do Dia de Todos os Santos.
A palavra finados vem do latim “finitus” e significa findar, acabar. O historiador e cientista da religião Márcio Neco, lembra que é somente no Brasil que a celebração é conhecida como finados. “Em outros locais se chama de Dia dos Fiéis Defuntos, porque os crentes, de modo geral, acreditam que a morte não é fim da vida, mas o início de uma nova. Então, nesse caso, a palavra defuntos fica mais propícia em representar aquele que cumpriu uma etapa da vida”, disse.
O historiador contou ainda que desde o início da humanidade havia uma preocupação com os mortos, mesmo quando se ainda era desprovido do conceito de corpo, alma e eternidade. “Era possível ao homem, perceber que o corpo do seu semelhante perdia a capacidade motora. Ou seja, havia ausência de vida, e que esse corpo logo era destruído por animais e vermes. Então, passou-se a condicioná-los em cavernas, depois mumificar. Às vezes, eram colocados juntos aos corpos os utensílios pessoais, havendo a prova que aquela vida não estava ali, mas em outro lugar”, explicou.
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Purgatório
Ainda no século V, os registros também mostram que existiam rituais católicos e, devido à uma crença de que o mundo estaria perto do fim, as orações foram intensificadas. “Os cristãos começam a enterrar seus entes em catacumbas e começam a fazer visitações, tendo essa necessidade de rezar pelos mortos. O dia se tornou universal através do abade Odilo de Cluny, que pensou em criar um dia para rezar pelas almas, resgatando a ideia de existência do purgatório. Naquela época, existia ainda uma crença popular de que o mundo iria acabar no ano mil. Então, as orações eram necessárias para que almas que estivessem no purgatório pudessem se salvar”, contou o historiador.
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Expressões
Ainda com relação ao Dia de Finados, há muitas formas de expressão da celebração nos cemitérios e campos santos, até mesmo dentro do país, revela o historiador. “Não existe uma uniformidade em relação à celebração. No México, por exemplo, há um grande festival dedicado aos mortos. No Brasil, principalmente nos interiores, algumas pessoas costumam comprar roupas novas para irem ao cemitério. Em Belém, temos o costume de os campos santos serem muitos frequentados, por conta da devoção às almas benditas, que muitos chamam de santos populares, que o povo paraense costuma recorrer o ano inteiro, pedindo orações e até materializando agradecimentos diante desses túmulos”, relembra.
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