Neste 15 de novembro, celebra-se o Dia Nacional da Umbanda, marcando 115 anos de história. A ocasião é motivo de comemoração entre os praticantes da religião afro-brasileira, mas também carrega a responsabilidade de promover a mensagem de combate à intolerância religiosa para toda a população.
No Instituto Cultural Nagô Afro-Brasileiro (ICNAB), na Pedreira, em Belém, as festividades tiveram início há uma semana, com uma programação diversificada com debates sobre a religião, cultura, gastronomia e vestimentas afro, abordando ainda os significados das cores, ervas e banhos. Hoje à noite, o encerramento contará com tambor de mina em homenagem ao Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Conforme relatado pelo presidente do ICNAB, Pai Fernando de Ogum, “apesar de ser um dia específico, o compromisso sempre é estar próximo da comunidade”. “Desta forma podemos compartilhar as nossas crenças para que, a cada dia, possamos nos afastar de qualquer forma de preconceito e violência. Acreditamos na liberdade de crença e na segurança para crer no que desejamos”, afirmou.
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“O Dia da Umbanda ressalta essa consciência de respeito a nós, que somos umbandistas; somos do tambor de mina; somos candomblecistas; a forma que a gente é; cultuar aquilo que vive em nós, que é a nossa ancestralidade. É um momento de trazer a memória todos os negros escravizados, que foram expulsos das suas terras e trouxeram seus conhecimentos para nós”, disse Fernando.
A umbanda, uma religião sincrética tipicamente brasileira, resulta da fusão de elementos da cultura religiosa nacional, como o catolicismo, o espiritismo e os rituais africanos. No Brasil, existem diferentes vertentes da umbanda, incluindo a de caboclo, com influências indígenas; a umbanda omolokô; a umbanda esotérica ou iniciática; e a umbanda popular, que mescla várias dessas tendências. A umbanda teve origem em 1908, no dia 15 de novembro, por meio do médium Zélio Fernandino Moraes, sob a orientação do espírito identificado como Caboclo das Sete Encruzilhadas.
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Durante décadas, as celebrações da umbanda não foram oficialmente reconhecidas politicamente, embora fossem amplamente praticadas pelos seguidores da religião. A oficialização ocorreu apenas em 2012, com a Lei 12.644, que instituiu a comemoração anual da religião afro-brasileira. Essa lei foi sancionada em maio daquele ano pela então presidente Dilma Rousseff. “Apesar de ter sido criada em 1908, a consolidação da religião ocorreu apenas na década de 30. A definição do Dia da Umbanda em 15 de novembro foi estabelecida em 1941 durante uma reunião do Conselho das Entidades Federativas da Umbanda. Quando a lei foi sancionada por Dilma, a data já era reconhecida independentemente do conhecimento público”, concluiu declarou Márcio Neco, historiador e cientista da religião.
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