O grupo terrorista Hamas libertou neste domingo (26), o terceiro dia da trégua temporária na Faixa de Gaza, mais 17 reféns no âmbito do acordo com Israel. São 13 israelenses, 3 tailandeses e 1 russo, também considerado cidadão israelense, este último libertado em um aceno ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Os reféns foram entregues pela facção à Cruz Vermelha que, por sua vez, conduziu-os pelo Egito e os deixou em solo israelense.
Assim, chega a 54 o número de pessoas que deixaram o cativeiro no território palestino desde o início do cessar-fogo foram soltas 24 na sexta-feira e 17 no sábado. Em contrapartida, foram libertados, segundo a Cruz Vermelha, mais 19 palestinos que estavam detidos em Israel, totalizando 97 solturas foram 39 na sexta e outros 39 no sábado.
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Entre os reféns liberados estão uma criança israelo-americana de quatro anos cujos pais foram assassinados pelo Hamas em 7 de outubro, o primeiro dia da guerra, e uma mulher de 84 anos, a de idade mais avançada entre os reféns resgatados.
Minutos depois do retorno dos reféns, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, divulgou um vídeo da visita do premiê às tropas na Faixa de Gaza, neste domingo.
"Estamos fazendo todos os esforços para resgatar os nossos reféns e, eventualmente, iremos resgatar todos", afirmou o Netanyahu, que visitou um dos túneis do Hamas descobertos pelas tropas israelenses, segundo seu gabinete.
"Continuaremos até o fim, até a vitória. Nada vai nos parar e estamos convencidos de que temos o poder, a força, a vontade e a determinação para alcançar todos os objetivos da guerra, e iremos fazê-lo", acrescentou o premiê.
Na véspera, impasses atrasaram a libertação de reféns após o Hamas acusar Tel Aviv de não cumprir os termos do acordo ao limitar a entrega de ajuda humanitária na porção norte da faixa, área mais devastada pelos ataques israelenses.
Neste domingo, foi Israel quem acusou o grupo terrorista de limitar a entrada de caminhões na região. O Cogat, o órgão do Ministério da Defesa de Israel que supervisiona as atividades civis nos territórios palestinos, publicou no X uma foto do que diz ser o bloqueio. "Para o Hamas, os residentes de Gaza são a última prioridade", afirmou o Cogat.
Havia ainda o temor de que novas mortes registradas neste domingo prejudicassem o já delicado acordo entre as partes em conflito. Um agricultor palestino foi morto e outro ficou ferido, ambos alvos de forças israelenses no campo de refugiados Maghazi, na região central de Gaza, informou o Crescente Vermelho Palestino.
Com o cessar-fogo temporário chegando ao fim, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou neste domingo que seu objetivo é estender a trégua para além desta segunda (27), o último dos quatro dias inicialmente previstos.
Ele afirmou que quer que o período de paz se estenda e falou sobre isso por telefone com Netanyahu. Segundo o israelense, a proposta feita ao Hamas ainda é de um dia extra de cessar-fogo para cada dez reféns libertados.
"No final do acordo, vamos voltar com força total para completar os nossos objetivos: destruir o Hamas, garantir que Gaza não voltará a ser o que era e, claro, libertar todos os nossos reféns. Tenho certeza de que teremos sucesso nesta missão, porque não temos outra escolha", afirmou Netanyahu.
Também neste domingo, as forças israelenses mataram sete palestinos, incluindo dois menores e pelo menos um homem armado, na Cisjordânia, de acordo com médicos e informantes locais. Cinco das mortes ocorreram na cidade de Jenin, que os militares israelenses disseram ter invadido para deter um palestino procurado por supostamente ter se envolvido numa emboscada letal na Cisjordânia, em agosto.
As Brigadas Jenin, um grupo armado local, afirmaram que seus combatentes lutaram contra as tropas de Israel, mas não forneceram detalhes sobre vítimas. Contudo, testemunhas locais relataram que pelo menos um dos palestinos mortos em Jenin era um conhecido membro das Brigadas.
A facção havia se comprometido a libertar ao menos 50 reféns israelenses, em grupos de 13 por dia, durante quatro dias. Em troca, Israel havia prometido soltar ao menos 150 palestinos, todos mulheres ou menores de idade, mantidos em presídios do país. A maioria estava detida por crimes de menor gravidade, como atirar pedras contra soldados; em outros casos, eram alvo de detenção administrativa, em que não há acusação formal nem julgamento.
O cessar-fogo temporário, mediado pelo Qatar, também levou a uma interrupção dos ataques em Gaza e ao aumento do fluxo de entrada de ajuda humanitária. Trata-se da primeiro momento de distensão na guerra que completa 50 dias, e Israel promete retomá-la de forma intensa assim que acabar a trégua.
Estima-se que mais de 14,8 mil pessoas foram mortos em ataques de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza após os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, que deixaram 1.200 mortos, segundo as autoridades israelenses.
A morte de um sexto palestino ocorreu em Yatma, um vilarejo perto da cidade de Nablus, e outra foi perto de um assentamento judaico nos arredores da cidade de El Bireh, segundo autoridades locais. Israel não comentou.
A Cisjordânia, um dos territórios onde os palestinos procuram a criação de um Estado, tem vivido um aumento da violência paralelo à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, agora na sua oitava semana.
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