O preço do açaí está nas alturas e os vendedores se desdobram para controlar os preços e não perder os clientes. Na capital paraense, o litro do alimento é encontrado por valores entre R$32 e R$60 nas feiras e supermercados, podendo variar ainda mais de acordo com as condições climáticas dessa época do ano. O período chuvoso e a entressafra do produto são as principais causas da oscilação no preço, segundo os vendedores.
Em janeiro deste ano, o preço médio do litro do açaí ficou mais caro. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), o litro do tipo médio do sumo foi comercializado em média a R$21,77 no primeiro mês do ano em comparação com R$19,82 em dezembro de 2023, um reajuste de 9,84%. Em doze meses o aumento foi de 9,29%.
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O açaí do tipo grosso também apresentou alta na trajetória de preços. Em dezembro de 2023, o litro do vinho da fruta custava, em média, R$30,03. Já em janeiro deste ano, o litro passou a ser comercializado a R$32,46, em média, um aumento de 8,09% em relação ao mês anterior. No comparativo dos doze meses, o litro acumulou alta de 8,45%.
QUALIDADE
No Mercado do Ver-O-Peso, o tradicional almoço paraense, composto pelo peixe frito e açaí, também foi afetado pela alta no preço do fruto. Por lá, é possível encontrar o litro do alimento de R$25 a R$30 reais, acompanhado ou não do pescado.
Segundo o vendedor Ulisses Silva, 41 anos, a falta do insumo afeta, principalmente, a qualidade do alimento que, nessa época do ano, é vendido mais fino, oleoso e menos saboroso. “Se chover dois dias seguidos, o açaí sobe de preço e temos que passar ao consumidor. É difícil dizer quando vai baixar ou aumentar de preço. Aqui já chegou a R$50 o litro do açaí. Teve muita reclamação de cliente. Nessas condições, o açaí fica mais fino e caro. A qualidade cai bastante”, afirma.
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Em um ponto de venda no bairro do Marco, o litro do açaí é encontrado a R$30 reais do tipo médio e R$50 do tipo grosso. Vendedor há 36 anos, Francisco Rodrigues, 65, relata que percebe a falta de fruto de boa qualidade nos últimos dois anos, o que ele associa a alta demanda por exportação.
“Está em falta mesmo. Não temos açaí na região de Igarapé-Miri, Ilha das Onças, Cametá. O açaí que ainda aparece aqui em Belém é de Macapá, Breves ou de muito longe. Hoje, o paneiro do açaí gelado chega a R$200. Os clientes reclamam muito e cai muito a demanda por causa do preço. Se esse preço subir amanhã, vou ter que passar ao consumidor”, afirma.
Elizabeth Duarte, 84, mora em Brasília há 55 anos, mas visita com frequência a cidade de Belém. Esse ano, ela se deparou com altos preço do alimento, valor próximo ao praticado na capital federal. “O açaí tá caro demais e tá muito fino, não está grosso como eu gosto. Aqui está quase o preço vendido em Brasília, a diferença é a quantidade, lá é menos. Sem o peixe, aqui está sendo vendido a R$30, o litro. Quando eu era mais jovem, tinha muita fartura de açaí, mas por esse preço deve estar em falta”, observa.
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