A polêmica envolvendo o esquema investigado pela Polícia Federal que apura se Bolsonaro e ex-assessores desviaram peças presenteadas ao ex-presidente enquanto estava no cargo, continua a ser assunto de intensas discussões nas pautas políticas.
Após o indiciamento de Jair Bolsonaro, o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sugeriu na última segunda-feira (08) que o príncipe da Arábia Saudita peça de volta as joias presenteadas ao pai. "Por favor, Mohammad, peça de volta esses presentes", disse.
Em entrevista à CNN, Eduardo Bolsonaro afirmou que "não há qualquer possibilidade de existir justiça" em meio a uma investigação que teria "clara intenção de perseguir" o ex-presidente.
VEJA UM TRECHO DO VÍDEO QUE CIRCULA NA INTERNET:
Estão preparados pra rirem? pic.twitter.com/AKHS3jxVcW
— André Peres (@euandreperes) July 8, 2024
A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e mais 11 pessoas no inquérito que investiga o desvio de joias do acervo presidencial. Agora, a decisão fica a cargo da Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se oferece denúncia ou pede arquivamento do caso.
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O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o sigilo do relatório. Segundo a investigação, o desvio de itens chega a R$ 6,8 milhões.
Entre as peças, estariam presentes da família real saudita. Ainda de acordo com o relatório da PF, há uma lista de indícios de que Bolsonaro sabia de toda a operação que envolveu a venda e resgate dos itens, que deveria ser propriedade do Estado brasileiro.
Entre os indícios, estão uma troca de mensagens em que o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, envia ao ex-presidente o link de um leilão on-line com o kit de relógio Chopard, um terço, uma abotoadura e um anel. Em resposta, Bolsonaro escreveu "selva", jargão militar para "ok".
No relatório, a corporação afirma que Bolsonaro seria o principal beneficiário do esquema, com suspeita de receber, de "forma fracionada", parte dos valores das joias para bancar sua estadia nos Estados Unidos, onde embarcou no dia 30 de dezembro do 2022 e permaneceu até o fim de março de 2023.
Ainda segundo a Polícia federal, foi constatado que o ex-presidente "possivelmente não utilizou recursos" de suas contas no Banco do Brasil (BB América) para custear seus gastos nos Estados Unidos e que "tal fato indica a possibilidade de que os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias" podem ter sido utilizados para custear as despesas em dólar.
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