O Brasil está perto de sair do Mapa da Fome, dois anos após ter sido incluído novamente na lista da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Atualmente, o país ocupa a 94ª posição entre 111 países avaliados no levantamento da FAO, que considera contextos e projeções que indicam a possibilidade de o indicador de fome não ser zerado até o final da década.
Jorge Meza, representante da FAO no Brasil, afirmou à ONU News que a fome aumentou durante a pandemia, mas que as respostas rápidas, como a assistência social e programas de geração de renda, estão contribuindo para a recuperação.
Para que um país saia do Mapa da Fome, a subalimentação deve ser igual ou inferior a 2,5%. No período de 2021 a 2023, o Brasil apresentou uma média de 3,9%, indicando que o país está próximo desse limite.
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Meza destacou a importância de atender às populações vulneráveis e criar novos programas de geração de renda como fatores essenciais para combater a fome. Ele lembrou que o Brasil esteve fora do Mapa da Fome entre 2014 e 2021, mas voltou a figurar na lista em 2021 devido aos efeitos da pandemia. O governo está empenhado em retirar o país do mapa novamente, e os indicadores atuais sugerem que até 2030 o Brasil pode alcançar bons resultados.
A erradicação da fome no Brasil, segundo Meza, deve ser feita por etapas, com foco na alimentação adequada e na segurança alimentar. Em 2023, mais de 14,7 milhões de pessoas saíram da situação de fome. A insegurança alimentar grave, que era de 8,5% entre 2020 e 2022, caiu para 6,6% entre 2021 e 2023, mostrando sinais de melhoria.
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Nos esforços para combater a fome, Meza destacou a importância da ciência e da tecnologia, além da agricultura sustentável. Ele também mencionou o Programa Brasil sem Fome, que integra mais de 80 programas governamentais e promove a cooperação entre diferentes setores e recursos, servindo como um modelo de desenvolvimento para outras regiões e países.
Agricultura familiar
A agricultura familiar foi apontada como um elemento crucial no combate à fome, sendo responsável por mais de 60% dos alimentos consumidos no país. O Brasil também pode contribuir para o desenvolvimento global com a transferência de conhecimento e a integração de programas públicos, em parceria com a FAO, por meio da Cooperação Sul-Sul, para promover a segurança alimentar e nutricional em nível internacional.
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