
Poucas experiências são tão transformadoras quanto participar de um evento global que decide os rumos do planeta. Para moradores de Belém, a oportunidade vai além da atuação na COP30: é uma chance concreta de formação pessoal, profissional e cidadã. Com inscrições abertas até o dia 5 de junho, o Programa de Voluntariado para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas propõe muito mais do que apoio logístico - ele pretende ser uma das principais heranças sociais e educacionais da COP30 na capital paraense.
A seleção dos voluntários será feita por meio de edital, e os participantes escolhidos passarão por uma formação intensiva que soma 120 horas certificadas. Os conteúdos abordam temas centrais como mudanças climáticas, turismo sustentável e comunicação intercultural, em uma trilha de aprendizado dividida em seis módulos. A expectativa é alcançar cerca de quatro mil pessoas com esse processo educativo.
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A iniciativa é coordenada pela Secretaria Extraordinária para a COP30, vinculada à Casa Civil da Presidência da República, com o apoio do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet). A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) também colabora no fornecimento de materiais pedagógicos e na supervisão geral do projeto.
MOBILIZAÇÃO CIDADÃ
Para a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, o programa tem um alcance que extrapola o período do evento. "Estamos investindo em formação, acolhimento e experiências transformadoras que vão muito além dos dias de evento. Cada pessoa inscrita no programa sairá com novas habilidades, conexões e um olhar ampliado sobre o seu papel na construção de um mundo mais sustentável. É essa mobilização cidadã que tornará a COP verdadeiramente amazônica, com raízes firmes na realidade e no protagonismo do nosso povo", afirma.
Além de fomentar o protagonismo local, o edital também valoriza a diversidade e a inclusão. Estão garantidas 5% das vagas para pessoas com deficiência (PCDs) e 20% para indígenas e quilombolas. O programa busca reforçar o espírito do mutirão popular, conceito promovido pela presidência brasileira da COP30, incentivando o engajamento coletivo em prol de um futuro sustentável.
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Segundo Flávia Castelhano, diretora de projeto da SECOP, a proposta tem um forte viés de transformação social. “Em termos sociais, o programa poderá ser um meio para fortalecer o engajamento da comunidade, especialmente dos jovens, criando uma sociedade mais participativa, consciente e resiliente”, destacou.
Os voluntários atuarão em diferentes frentes durante a COP30, desde a área de alimentação e sustentabilidade até o atendimento de delegações, apoio à imprensa e gestão de protocolos. As oportunidades são voltadas para pessoas com ensino médio completo, estudantes universitários e formados, sendo obrigatório o domínio da língua inglesa em nível intermediário (B2) a avançado (C2).
AÇÕES SUSTENTÁVEIS
Durante o evento, previsto para novembro, os voluntários selecionados contarão com alimentação, transporte, uniforme completo e espaços exclusivos para acolhimento físico e emocional. Além de contribuir para o bom funcionamento da COP, farão parte de uma rede que se conecta a outras ações sustentáveis já em curso no Brasil, desde comunidades ribeirinhas agroecológicas até mulheres periféricas que promovem a sustentabilidade nas cidades.
Mais informações sobre as funções disponíveis e os requisitos para inscrição estão disponíveis no site oficial da COP30. A oportunidade representa não apenas uma linha a mais no currículo, mas um compromisso com a construção de um planeta mais justo, inclusivo e sustentável.
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