
Garantir atendimento de qualidade e respeitar a diversidade cultural são passos essenciais para um sistema de saúde mais justo e inclusivo. Investir em serviços que alcancem comunidades historicamente desassistidas significa promover não apenas o cuidado médico, mas também a valorização de identidades e tradições. Nesse sentido, o Brasil deu um passo histórico no Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto, com a inauguração do primeiro Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) Indígena.
O novo serviço funciona 24 horas na Aldeia Jaguapiru, em Dourados (MS), beneficiando aproximadamente 25 mil indígenas. Com equipe bilíngue — fluente em português e guarani —, o atendimento será mais rápido e culturalmente adequado. Metade dos profissionais é indígena, o que aumenta a confiança e a proximidade com a comunidade.
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Instalado no Hospital da Missão Evangélica Kaiowá, o projeto piloto do Ministério da Saúde busca unir agilidade no socorro e respeito à cultura, fortalecendo o Sistema Único de Saúde (SUS). O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, destacou que o serviço é parte de uma estratégia de atenção integral aos povos indígenas.
Antes da implantação, os moradores dependiam do SAMU de Dourados, o que elevava o tempo de resposta. Agora, a expectativa é reduzir pela metade o tempo de espera, com uma equipe de 14 profissionais — cinco técnicos de enfermagem, cinco enfermeiros e quatro condutores-socorristas, sendo sete deles indígenas.
O SAMU Indígena terá investimento anual de R$ 341 mil, dentro do plano nacional de universalização do serviço até 2026. Em Dourados, o repasse total para o SAMU — incluindo a Central de Regulação e outras unidades — será de R$ 2,2 milhões por ano. Cada espaço da base foi nomeado em guarani, reforçando a valorização cultural.
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Desde o início de 2023, o governo entregou 2.462 novas ambulâncias do SAMU 192, número seis vezes maior que o registrado entre 2019 e 2022. Hoje, mais de 4,3 mil veículos atendem cerca de 190 milhões de brasileiros em 4.207 municípios, com meta de ampliar ainda mais o serviço, incluindo novas unidades específicas para comunidades indígenas até 2026.
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