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ALÍVIO NO BOLSO

Após 18 meses de alta, preço do café registra primeira queda

Produto acumula inflação de mais de 70% em 12 meses e ainda é um dos principais vilões do IPCA

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Imagem ilustrativa da notícia Após 18 meses de alta, preço do café registra primeira queda camera Apesar da queda em julho, produto ainda é um dos que mais pesam na inflação acumulada. | Marcello Casal jr/Agência Brasil

Pela primeira vez em um ano e meio, o consumidor brasileiro teve um pequeno alívio ao se deparar com o preço do café nas prateleiras. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o café moído apresentou uma queda de 1,01% em julho, o que marcou o fim de uma sequência de 18 meses de aumentos consecutivos. O dado faz parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país e registrou alta de 0,26% no mês.

Apesar de parecer pouco, a diminuição no valor mas representa uma mudança importante no comportamento de um dos itens mais consumidos pelos brasileiros e um dos que mais pressionaram o bolso recentemente. Nos 18 meses anteriores, o preço do café acumulou uma elevação de 99,46%, praticamente dobrando de valor. Mesmo com a desaceleração registrada em julho, o produto ainda acumula alta de 41,46% apenas em 2025 e de 70,51% nos últimos 12 meses.

Esse cenário coloca o café moído como o segundo item com maior impacto na inflação acumulada no período, contribuindo com 0,30 ponto percentual dos 5,23% registrados pelo IPCA no intervalo de um ano. O café perde apenas para as carnes, que, com alta de 23,34%, responderam por 0,54 ponto percentual nas pesquisas.

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Impacto global e cenário futuro

Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE, explica que a queda recente não está relacionada a fatores externos, como as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, incluindo o café. Isso porque a medida, que prevê cobrança de 50% sobre a entrada do produto no mercado norte-americano, só começou a valer no último dia 06 de agosto, enquanto os dados divulgados refletem o comportamento dos preços em julho.

Segundo ele, a explicação está na própria dinâmica do mercado interno. “São números de julho”, afirma Gonçalves. “[Naquele mês], já estava começando a colheita, uma oferta maior no campo. Pode ser efeito dessa maior oferta”, explica.

De acordo com o gerente, a lógica é simples: com mais café disponível devido ao início da colheita, há menor pressão da demanda sobre os preços, o que tende a provocar diminuições nos valores que chegam ao consumidor. Gonçalves avalia que essa tendência de queda pode se manter, especialmente se a produção continuar elevada e o mercado internacional apresentar restrições à exportação do produto brasileiro, como as novas tarifas dos EUA. “Tendo uma oferta maior do produto, a tendência é redução de preços”, acrescenta.

Ainda assim, é importante lembrar que os fatores que levaram à escalada dos preços do café nos últimos meses seguem em observação. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o aumento expressivo de preços nos 18 meses anteriores foi causado por uma combinação de eventos climáticos adversos, que impactaram diretamente as safras nacionais, e uma demanda global crescente. Parte dessa demanda extra foi puxada pela China, onde o consumo da bebida cresceu de forma significativa nos últimos anos, o que elevou a concorrência pelo grão no mercado internacional.

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Agora, com a nova política tarifária americana, o cenário futuro ainda é incerto. Se os produtores brasileiros tiverem dificuldades para redirecionar as exportações para outros mercados, a oferta interna pode crescer ainda mais, o que forçaria os preços a cair e representaria um alívio para o consumidor e um desafio para o setor produtivo.

Além disso, vale ressaltar que, apesar da queda em julho, o café continua sendo um dos protagonistas da inflação brasileira recente. O recuo pontual ainda não é suficiente para reverter o impacto acumulado, mas acende um sinal de possível estabilização nos preços, em meio a um mercado cada vez mais sensível a variações climáticas, econômicas e políticas.

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