plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 32°
cotação atual R$


home
INVESTIGAÇÃO EM ANDAMENTO

'Careca do INSS' teria movimentado R$ 12 milhões em 129 dias

Segundo informações da Polícia Federal, Antônio Carlos Camilo Antunes teve movimentações suspeitas em um período de pouco mais de quatro meses.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia 'Careca do INSS' teria movimentado R$ 12 milhões em 129 dias camera Antônio Carlos Camilo Antunes é suspeito de atuar como operador principal em um esquema de fraudes previdenciárias. | Reprodução / Band News

A Polícia Federal prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o "Careca do INSS", em uma operação realizada na sexta-feira (12) que investigou um complexo esquema de fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

A investigação revelou que o suspeito teria movimentado mais de R$ 12 milhões em apenas 129 dias, período equivalente a pouco mais de quatro meses. Antônio Carlos Camilo Antunes é suspeito de atuar como operador principal em um esquema de fraudes que envolvia o desvio sistemático de aposentadorias e pensões do INSS.

Leia também

Segundo a investigação da Polícia Federal, o prejuízo causado pelo esquema pode ter alcançado até R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024. A operação indica também que Antunes supostamente pagava propina a servidores do INSS para obter dados cadastrais de aposentados e pensionistas.

Quer receber mais notícias do Brasil? Acesse o canal do DOL no WhatsApp!

Posteriormente, ele repassaria essas informações confidenciais para associações que, sem qualquer autorização dos beneficiários, cadastrariam os segurados e realizavam descontos ilegais diretamente em suas aposentadorias.

Como funcionava o esquema?

De acordo com informações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), o modus operandi do esquema envolvia múltiplas práticas criminosas organizadas de forma sistemática.

Corrupção de servidores

As entidades investigadas ofereceriam pagamentos de propina a funcionários do INSS para garantir acesso privilegiado aos dados dos beneficiários da previdência social. Esses servidores teriam, então, facilitado a inserção dos descontos nos contracheques dos aposentados em troca de vantagens indevidas.

Associações de fachada

O esquema utilizava associações de fachada, frequentemente presididas por idosos ou pessoas de baixa renda, para legitimar as operações fraudulentas. Essas entidades cadastravam aposentados e pensionistas sem o conhecimento ou autorização das vítimas, realizando descontos diretos na folha de pagamento.

Falsificação de documentos

A investigação descobriu o uso sistemático de assinaturas falsas para autorizar os descontos. Em muitos casos, aposentados foram filiados a mais de uma entidade no mesmo dia, com erros de grafia idênticos nas fichas de cadastro, evidenciando a natureza fraudulenta das operações.

Outras prisões e desdobramentos da operação

Além do "Careca do INSS", a Polícia Federal também prendeu o empresário Maurício Camisotti, suspeito de ser sócio oculto de uma das entidades envolvidas nas fraudes. Camisotti foi detido em São Paulo, e sua defesa contestou a prisão, ao alegar arbitrariedade durante a ação policial.

A defesa de Camisotti destacou que o empresário teve seu celular retirado enquanto conversava com seu advogado, situação que, segundo os advogados de defesa, afronta garantias constitucionais fundamentais.

Apreensão de bens de luxo

A operação resultou na apreensão de diversos bens de luxo que demonstram a magnitude dos valores desviados. Entre os itens apreendidos estão:

  • Carros de marcas renomadas como Ferrari, Land Rover, Porsche e Mercedes;
  • Esculturas eróticas de alto valor;
  • Quadros de artistas famosos brasileiros, incluindo obras de Portinari e Di Cavalcanti.

Esses bens foram encontrados em endereços relacionados aos investigados e representam parte do patrimônio acumulado com os recursos desviados do sistema previdenciário.

Impactos no sistema previdenciário

O caso expôs vulnerabilidades no sistema de seguridade social brasileiro e suas consequências já se fizeram sentir na estrutura do INSS. A demissão do então presidente do Instituto, Alessandro Stefanutto, em abril, aconteceu após a revelação das fraudes, indicando a gravidade e o alcance da situação.

A investigação teve início em 2023 na Controladoria-Geral da União e ganhou novos contornos em 2024, quando a Polícia Federal foi oficialmente acionada após a descoberta de indícios criminais mais robustos.

Defesas dos envolvidos

As defesas dos investigados, incluindo a do advogado Nelson Wilians, que teve seu escritório alvo de busca e apreensão, afirmaram colaboração com as autoridades.

A defesa de Wilians destacou que sua relação com os investigados é estritamente profissional e legal, e que os valores por ele movimentados referem-se a transações lícitas.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias Brasil

    Leia mais notícias de Notícias Brasil. Clique aqui!

    Últimas Notícias