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MOBILIZAÇÃO POPULAR

Brasil vai às ruas contra PEC da Blindagem e PL da Anistia; confira 

Com milhares de manifestantes, protestos ocorreram nas 27 capitais; especialistas apontam recado direto ao Congresso e pesquisas revelam rejeição popular às propostas.

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Imagem ilustrativa da notícia Brasil vai às ruas contra PEC da Blindagem e PL da Anistia; confira  camera Multidões tomaram as ruas nas 27 capitais do país em protesto contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia. | Reprodução/Redes sociais

Em um domingo (21) que poderia ter sido dedicado ao descanso, as ruas e praças das principais cidades brasileiras foram tomadas por protestos que escancararam a insatisfação de parte expressiva da sociedade com duas propostas em tramitação no Congresso Nacional. A chamada PEC da Blindagem e o Projeto de Lei da Anistia mobilizaram artistas, políticos da base governista, militantes e simpatizantes do campo progressista, resultando em manifestações simultâneas nas 27 capitais do país.

Os atos começaram cedo em cidades como Brasília, Salvador e Belo Horizonte, e ganharam força à tarde com as multidões que se reuniram em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém e Recife. Na avenida Paulista e em Copacabana, os protestos chegaram a superar 41 mil pessoas em cada local, segundo cálculos do Monitor do Debate Político da USP em parceria com o Cebrap e a ONG More in Common.

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O QUE ESTÁ EM JOGO

A chamada PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara em dois turnos na última terça-feira (16), estabelece que parlamentares só possam ser investigados ou presos com aval de seus pares. Já o PL da Anistia, que teve o regime de urgência aprovado na quarta (17), discute o perdão ou a redução de penas para envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A proposta está sob relatoria do deputado Paulinho da Força (SD-SP), que vem defendendo uma alternativa intermediária, apelidada de “PL da Dosimetria”, com ajustes de penas em vez de perdão integral. Ele acredita ser possível levar o texto à votação já na quarta-feira (24), apesar da resistência tanto da base governista quanto da oposição.

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Os votos favoráveis às duas propostas partiram majoritariamente de partidos do Centrão, mas no caso da anistia a pressão é mais forte entre parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

MULTIDÕES NAS RUAS DO RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO

Em São Paulo, os manifestantes levaram bandeiras do Brasil, faixas de movimentos sociais e cartazes com críticas ao Congresso. As palavras de ordem apelidaram a PEC de "PEC da Picaretagem". O ato reuniu 42,4 mil pessoas, superando, por uma diferença mínima, a manifestação pró-anistia convocada pelo pastor Silas Malafaia, que havia atraído 42,2 mil dias antes no mesmo local. Entre as atrações artísticas, estiveram Marina Lima, Jota.Pê e Emicida.

No Rio de Janeiro, Copacabana recebeu cerca de 41,8 mil manifestantes. O ato teve forte apelo cultural com apresentações de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan e Paulinho da Viola, que transformaram a orla em palco de resistência política e musical.

VOZES DA CULTURA EM BH E SALVADOR

Daniela Mercury no ato em Salvador: "Não aceitamos essa PEC da impunidade para os deputados federais".
📷 Daniela Mercury no ato em Salvador: "Não aceitamos essa PEC da impunidade para os deputados federais". |Reprodução/Redes sociais

Em Belo Horizonte, o ponto de encontro foi a Praça Raul Soares, onde a cantora Fernanda Takai fez um discurso contundente durante sua apresentação. "A gente fica totalmente indignado, é sempre pior do que conseguimos imaginar. Vamos cantar para espantar essa cambada de vagabundo do Brasil”, declarou. No mesmo palco, subiu também a banda Lamparina, reforçando o caráter artístico do ato promovido pelo MST.

Na capital baiana, Daniela Mercury abriu uma grande bandeira do Brasil no carro de som no Morro do Cristo e protestou: “Não aceitamos essa PEC da impunidade para os deputados federais”. A cantora dividiu o espaço com o ator Wagner Moura e a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

NORTE E NORDESTE MOBILIZADOS

Na Região Norte, Belém, Manaus, Macapá, Rio Branco, Porto Velho e Boa Vista aderiram ao movimento. Em Macapá, a concentração aconteceu em frente ao Teatro das Bacabeiras, à tarde.

No Nordeste, o Recife também registrou grande mobilização em frente ao Ginásio Pernambucano, no bairro de Santo Amaro. Outras capitais nordestinas, como Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Natal, São Luís e Teresina, também tiveram manifestações, embora em menor escala.

CENTRO-OESTE E SUL

Manifestantes se reuniram em frente ao Museu Nacional da República, em Brasília, contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia.
📷 Manifestantes se reuniram em frente ao Museu Nacional da República, em Brasília, contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia. |Reprodução/Redes sociais

No Centro-Oeste, Brasília concentrou manifestantes em frente ao Museu Nacional da República, já pela manhã. A principal atração foi o cantor Chico César. Goiânia levou sua mobilização para a Praça Universitária, enquanto Campo Grande e Cuiabá também registraram atos.

No Sul, Porto Alegre reuniu manifestantes mesmo sob chuva. O protesto contou com cortejo iniciado no viaduto do Brooklyn, na Avenida João Pessoa. Florianópolis e Curitiba também receberam mobilizações.

ANÁLISE POLÍTICA

Para o cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB), a mobilização mostrou a capacidade de reação do campo progressista em um momento delicado. "Essa PEC da Blindagem talvez tenha ganhado até mais coro do que a anistia. O assunto é mais popular nas manifestações e permite que se crie uma conexão com a sociedade civil organizada", avaliou.

Ele destaca ainda que os atos não foram demonstrações de apoio direto ao governo, mas sim um recado ao Congresso Nacional. "No momento, em que o discurso do governo em defesa da soberania mostra sinais de fadiga de material, a PEC da Blindagem abre uma janela de oportunidade para um reposicionamento", acrescentou.

PESQUISAS E REPERCUSSÃO

Pesquisas recentes indicam que a insatisfação com as propostas vai além das ruas. Levantamento da Genial Quaest divulgado em 20 de setembro mostra que 83% das menções à PEC da Blindagem nas redes sociais foram negativas. Sobre a anistia, pesquisa da mesma consultoria aponta que 41% da população é contrária à medida, 36% são favoráveis a uma anistia ampla, incluindo Jair Bolsonaro, 10% defendem o benefício apenas para os manifestantes do 8 de janeiro, enquanto 13% não souberam ou não responderam.

O saldo do domingo, portanto, foi o de um Brasil em ebulição política, onde cultura e engajamento popular se fundiram em uma demonstração nacional de insatisfação com projetos vistos por muitos como ameaças à democracia.

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