
O hábito de reunir amigos para brindar com uma taça de vinho ou uma dose de destilado costuma ser sinônimo de celebração. Porém, em algumas situações, esse gesto de confraternização pode se transformar em risco de vida.
Uma prova disso foi a contaminação de bebidas alcoólicas com substâncias tóxicas, prática que infelizmente ainda tem sido comum em produções clandestinas, que voltou a chamar a atenção do país nesta semana.
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Ao menos cinco pessoas morreram na Grande São Paulo após consumir bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. As vítimas haviam ingerido diferentes tipos de destilados, como gim, uísque e vodca, em locais distintos.
O metanol, apesar de semelhante ao etanol que compõe as bebidas comuns, é altamente tóxico e pode causar sintomas como visão turva, náusea, tontura e até falência múltipla de órgãos.
“É difícil diferenciar os dois, já que ambos são incolores, inflamáveis e têm cheiro parecido. A diferença está no impacto no organismo, e o metanol não deve ser ingerido em hipótese alguma”, disse Rinaldo Tavares, professor de toxicologia clínica da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Segundo especialistas, a substância pode aparecer em destilados de forma ilegal, quando adicionada intencionalmente para baratear custos ou aumentar o teor alcoólico, ou em produções artesanais sem controle sanitário.
Embora pequenas quantidades possam surgir naturalmente durante processos de fermentação, indústrias regulamentadas fazem a remoção da substância antes que o produto chegue ao consumidor.
O alerta também vale para o consumo de vinhos e cervejas artesanais sem inspeção, além de destilarias clandestinas, onde não há garantia de qualidade. Em contraste, bebidas industrializadas e de marcas reconhecidas passam por monitoramento rigoroso para evitar esse tipo de contaminação.
A orientação é simples: evitar preços muito baixos, checar rótulos e embalagens e dar preferência a locais de confiança. Em caso de suspeita de intoxicação, a recomendação é buscar atendimento médico imediato e acionar o Disque-Intoxicação da Anvisa (0800 722 6001).
Além das bebidas, o metanol também já foi encontrado em combustíveis adulterados vendidos em postos investigados pela Polícia Federal (PF), mas ainda não há relação direta entre esses casos e as mortes recentes.
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