O caso ocorrido na Marginal Tietê, em São Paulo, no último fim de semana, não apenas chocou pela crueldade, mas também reabriu discussões sobre até onde podem chegar relações marcadas por controle, ciúmes e histórico de agressões. É neste cenário de comoção e cobrança social que ganha destaque a investigação sobre Douglas Alves da Silva, de 26 anos, preso após atropelar e arrastar sua ex-companheira, Tainara Souza Santos.
Conhecido na região por constantes brigas e por uma passagem anterior por porte ilegal de arma de fogo, Douglas foi detido no domingo (30/11), um dia após o crime. Segundo a Polícia Civil, testemunhas tinham receio de falar devido ao temperamento violento do acusado, mas decidiram colaborar diante da barbárie registrada por câmeras de segurança.
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Durante a abordagem policial, Douglas tentou reagir e foi baleado no braço. Após passar por audiência de custódia na segunda-feira (1º/), a Justiça determinou a manutenção de sua prisão.
Enquanto isso, Tainara segue internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após ter as duas pernas amputadas. De acordo com os advogados da família, apesar da gravidade, ela não corre risco de morte.
No depoimento, Douglas afirmou que queria apenas “dar um susto” na ex após uma briga envolvendo um amigo identificado como Kauan. Ele disse que, ao tentar se aproximar do casal, acabou atropelando Tainara e alegou ter acelerado acreditando em uma falha mecânica. Também afirmou que não percebeu os sinais de outros motoristas porque estava com os vidros fechados e som alto. Fugiu, segundo ele, com medo de ser agredido por testemunhas.
A Polícia Civil, entretanto, desmente a versão. A investigação aponta que Douglas conhecia Tainara e teria agido por ciúmes, sem aceitar o fim do relacionamento esporádico. O próprio Kauan teria pedido para que ele parasse o carro enquanto a vítima era arrastada. O delegado Augusto Bícego afirmou que Douglas só deixou de arrastar Tainara porque seu corpo se desprendeu do veículo.
A família da vítima reforça que ela vinha sendo perseguida há meses. A irmã afirma que nunca houve um relacionamento sério entre os dois.
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As imagens de segurança mostram Tainara caminhando com outro homem quando é atingida por um carro preto que a leva presa sob o veículo por uma longa distância.
Letícia Dias, amiga de infância da vítima, explicou que Tainara já passou pela cirurgia de amputação e deverá ser transferida para outro hospital para enxertos de pele. Segundo ela, um dos pés já havia sido decepado no momento do arrastamento, e o outro membro teve danos irreversíveis. A vítima também apresentou inchaço cerebral, mas exames descartaram lesão grave.
Descrita como alegre, divertida e dedicada aos dois filhos — um menino de 12 anos e uma menina de 8 — Tainara trabalhava na produção de uma agência de comércio eletrônico e fazia planos para o futuro. Moradora de São Paulo, gostava de viajar, sair com amigos e aproveitar a vida ao lado da família.
Agora, familiares, amigos e advogados se mobilizam para que o caso tenha desfecho justo. A defesa da vítima, representada por Fabio Costa e Wilson Zaska, afirmou nas redes sociais que o crime “jamais ficará impune” e que seguirão lutando para que a Justiça seja feita.
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