Um levantamento realizado pela ONG Todos Pela Educação com base nos resultados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mostrou um cenário preocupante: entre as crianças e jovens brasileiros que estão fora da escola, cerca de 62% têm entre 15 e 17 anos.

Em números absolutos, o Brasil tem hoje 2.486.245 milhões de crianças e jovens (entre 4 e 17 anos de idade) fora da escola. Dividindo essa população por idade, os dados mostram que 1.543.713 deles são adolescentes de 15 a 17 anos, faixa etária que deveria estar cursando o ensino médio – fato considerado como "crítico" por Olavo Nogueira Filho, gerente geral do Todos Pela Educação, informou o portal UOL.

"O ensino médio deveria dar todos os instrumentos necessários para o jovem escolher seu futuro, para que ele enfrente os desafios que terá após a conclusão [dessa etapa] --seja no trabalho, no ensino técnico ou na universidade", afirma Filho. "O que a gente acaba tendo, hoje, com o alto índice de evasão no ensino médio, é um cerceamento da liberdade desses jovens à escolha", destaca.

Para ele, um dos fatores relevantes em afastar o aluno da escola é a reprovação, que leva à evasão e ao abandono do ano letivo, principalmente no ensino médio. Junto a isso, está relacionada a qualidade do ensino, que reflete na capacidade dos alunos de aprenderem na escola.

"Tem a ver com a falta de motivação intrínseca de todos os jovens, de enxergar que a escola pode trazer de fato algo de relevante para o futuro dele", explica. Ele destaca, no entanto, que as mudanças previstas para o ensino médio a partir da MP (medida provisória) 746 não devem ser vistas como únicas e suficientes.

"Não basta flexibilizar o currículo, existe uma série de outras variáveis. O grande gargalo da educação brasileira hoje está na qualidade da prática pedagógica das escolas, dos professores. Isso quer dizer que precisamos ter políticas à altura da importância do professor, e não é a realidade que temos", finaliza.

(Com informações do portal UOL)

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