A exposição “Queermuseu - cartografias da diferença na arte brasileira”, que reunia obras de 85 artistas foi cancelada pelo Santander Cultural após polêmica e críticas de diversos movimentos. As informações são da Veja.com.

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Com curadoria de Gaudêncio Fidelis, a exposição que tinha como mote a diversidade, foi cancelada um mês antes do previsto, depois que movimentos apontaram que a exposição fazia apologia à pedofilia e zoofilia.

Campanhas nas redes sociais pediam para que os correntistas do Banco Santander, que mantém o centro, cancelassem suas contas como forma de boicote.

“Criança Viada”

Uma das obras que mais gerou revolta entre os movimentos fazia referência ao meme “Criança Viada”, conhecido pela comunidade LGBT.

Segundo o curador, no texto explicativo do catálogo da mostra, a obra “Travesti da lambada e deusa das águas”, de 2013, de autoria de Bia Leite, “desmascara o preconceito e a homofobia através de uma iconografia da cultura pop”.

Entretanto, para simpatizantes dos movimentos contra a exposição, a obra “é praticamente prostituição infantil”.

Outras obras retratavam a prática sexual, como a “Cena de Interior II”, de Adriana Varejão. Segundo o curador, a obra “mostra o avanço da pintura brasileira como manifestação crítica diante do processo de colonização do país”.

A polêmica foi grande entre os internautas. Enquanto uns comentaram a favor da exposição, outros criticaram duramente. Veja alguns comentários:

Criança não é "viada"! Criança nao erotiza! ! Respeitem isso! Não tem a ver com direita ou esquerda ! DEIXEM AS CRIANÇAS FORA DISSO! pic.twitter.com/F8XBvzwv0F

— Li Silveira (@lipalestra) 12 de setembro de 2017

"Criança viada"? Que história é essa? Isso é uma aberração. Como é que o Santander se prestou a algo tão pusilânime, imoral e amoral?

— Roberto Jefferson (@blogdojefferson) 11 de setembro de 2017

A suposta 'pedofilia' na Queermuseu, cancelada pelo Santander após pressão do MBL, são quadros dizendo 'criança viada'.

Cara, que absurdo pic.twitter.com/BCdip1cLZA

— William De Lucca ☭ (@delucca) 12 de setembro de 2017

ainda tô muito impressionada com o escândalo das pessoas com o "criança viada". paro, meu olhar se perde no horizonte e só consigo pensar pic.twitter.com/aeqWxTxJJP

— coração selvagem (@pos_lagarta) 12 de setembro de 2017

Exposição já esteve na Câmara dos Deputados

As obras que foram motivo de críticas já foram exibidas na Câmara dos Deputados, em brasília, durante o XIII Seminário LGBT do Congresso nacional, que ocorreu em agosto de 2016. O evento foi coordenado pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) e tinha como objetivo discutir questões relacionadas ao preconceito e intolerância com a população LGBT.

Santander deve ressarcir os cofres públicos

O Santander deverá devolver ao governo a verba captada pela Lei Rouanet para exposição. Com a Lei Rouanet, o banco deixa de pagar impostos à Receita Federal e destina a verba ao segmento cultural.

Para a exposição, o Santander destinou 800 mil reais. Entretanto, com o cancelamento da exposição, o banco estuda uma forma de devolver o valor ao governo.

A lei federal de incentivo à cultura surgiu em 1991, quando tinha o nome de Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), na gestão do presidente Fernando Collor.

Em nota, o Santander disse que está “comprometido com a promoção do debate sobre diversidade e inclusão, entre outros grandes temas contemporâneos” e pede desculpas aos grupos que se sentiram ofendidos.

(Com informações da Veja.com)

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