O taxista que conduziu a bancária Lilian Calixto, de 46 anos, ao local em que fez um procedimento estético com Denis César Barros Furtado, também conhecido como "Doutor Bumbum", preso na última quinta-feira (19), depôs à polícia e deu um relato que contradiz a versão apresentada pelo médico. A bancária morreu após o procedimento na madrugada de domingo (15). 

A mãe do médico, Maria de Fátima Barros Furtado, que acompanhava o filho durante as negociações com os pacientes, também foi detida ontem. Os dois foram indiciados por homicídio doloso qualificado (com intenção de matar) e associação criminosa. Se ambos forem condenados pelas acusações, as penas podem chegar a até 36 anos de prisão. Um dos pacientes do médico chegou a afirmar que o mesmo realizava avaliações por meio do aplicativo WhatsApp.

A Polícia Civil vai ouvir mãe e filho novamente nesta sexta-feira (20) na 16ª DP, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, já que houve contradição entre a versão deles com a do taxista. Há previsão de que os dois sejam transferidos para um presídio ainda hoje, mas ainda não foi informado para qual unidade penitenciária.

O que a polícia está tentando descobrir é como tudo aconteceu durante a noite da morte de Lilian. No depoimento prestado pelo taxista, ele informou que levou a jovem direto do aeroporto para a casa do médico, na Barra da Tijuca. Lilian teria pedido que o taxista, que não teve a identidade revelada, a esperasse. Ele afirmou que aguardou a bancária durante um período de 11 horas, mas que ela não saiu. 

Ainda segundo o depoimento, Denis teria descido apenas para pagar o valor da corrida, que seria R$300. Porém, na versão contada pelo médico na tarde de ontem, ele não teria falado com o taxista. "Nem conversei com ele" afirmou.

Em um vídeo publicado em uma rede social, Denis afirma que a paciente saiu "muito bem" de seu consultório, e que levou Lilian para o hospital seis horas após o procedimento cirúrgico, onde a jovem teve uma parada cardíaca. 

O Hospital Barra D'Or afirmou em nota que Lilian deu entrada na emergência do hospital no sábado (15), às 23h, em estado extremamente grave. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa do hospital, não houve impedimento ao acesso de qualquer profissional, familiar ou acompanhante, que tem como parte de sua rotina o acompanhamento de pacientes por seus médicos assistentes. 

PRISÃO

O médico e a mãe foram presos por policiais militares na tarde desta quinta-feira (19), no interior de um centro empresarial na Barra, e levados para a 16 Delegacia de Polícia do Rio. A prisão temporária deles por 30 dias já havia sido decretada. Outras duas funcionárias respondem pelos crimes de homicídio doloso e associação criminosa. 

Mesmo sendo acusado de ter assumido o risco da morte da vítima por ter realizado o procedimento cirúrgico em seu apartamento, Denis Furtado se considera inocente. O mesmo já tinha várias passagens pela polícia. 

"É um mistério ainda a causa da morte. Mas é uma injustiça o que estão falando de mim na televisão. É uma injustiça me acusarem de não ser médico, eu tenho CRM [registro profissional] ativo. É uma injustiça dizerem que é um procedimento que não é habilitado. Eu me considero inocente" afirmou o médico.

(Com informações do portal UOL)

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