A forte presença do racismo na sociedade brasileira e a política de cotas raciais na educação foram discutidas neste domingo (29) na última mesa da Casa Folha, em Paraty, durante a Flip.

Ex-consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras contou sobre sua experiência em nosso país comparada a outros.

"O Brasil é o país mais racista do mundo", afirmou, ao lembrar de episódios em que foi confundida com empregadas domésticas em recepções diplomáticas. "Não existe racismo velado no Brasil, ele é frontal".

Loras mencionou reiteradas vezes a proporção de negros na população brasileira, em torno de 54%, e como esse percentual não é refletido na política, economia e cultura do país.

"Por isso hoje eu provoco a Folha de S.Paulo, provoco a Flip, não é só dizer que publicamos dois livros de negros na Companhia das Letras, tem que ser 54%, 54% dos seus funcionários precisam ser negros, 54% dos jornalistas da Folha precisam ser negros, 54% da Flip precisa ser negra", disse Loras.

Coautora do recém-lançado "Dicionário da Escravidão e Liberdade", Schwarcz afirmou que "é muito antiga a ideia de democracia racial" no Brasil, e criticou quem nega a existência do racismo.

(Folhapress)

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