
A fé que arrasta multidões pelas ruas de Belém do Pará também tocou os corações cariocas nesta semana. De 3 a 6 de julho, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré esteve no Rio de Janeiro, levando esperança, devoção e missão às comunidades locais. A visita marcou a realização do Círio de Nazaré em solo fluminense, uma extensão da tradicional festa católica que ocorre anualmente em outubro na capital paraense.
Neste domingo (6), a programação encerrou com uma procissão especial. Elementos simbólicos do Círio original, como a berlinda e a corda — que representam a ligação do povo com Maria — estiveram presentes na celebração, que reuniu fiéis em torno da imagem da padroeira da Amazônia.
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Segundo o cônego Cláudio dos Santos, vigário episcopal do Vicariato de Pastoral, o Círio é mais que um evento religioso: trata-se de uma missão itinerante de evangelização. “Onde está a Mãe, está também o Filho”, afirma o sacerdote, destacando que a peregrinação da imagem é uma forma de ir ao encontro dos mais necessitados.
“A fé popular se expressa de modo intenso no Círio. Ao levar Maria, leva-se também Jesus. É um gesto de conforto, oração e esperança, especialmente para os que enfrentam a dor, a solidão ou a descrença”, acrescenta.
Durante os dias de visita, a imagem peregrina percorreu diversos espaços da cidade: paróquias, capelas, hospitais e instituições dedicadas a Nossa Senhora de Nazaré, além do Centro de Tradições Nordestinas, fortalecendo o elo entre a cultura nordestina, amazônica e carioca.
Devoção e cuidado com a criação
O tema do Círio de 2025 — “Maria, Mãe e Rainha de toda a criação” — conecta fé e responsabilidade ambiental. A proposta está em sintonia com a encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, e com a COP30, conferência climática da ONU que será sediada em Belém, em novembro.
Segundo o cônego Cláudio, a reflexão deste ano ganha ainda mais relevância em um mundo ferido pela exclusão social e pela crise ambiental. “Maria vive em plenitude com Cristo ressuscitado. Com ela, toda a criação também alcança sua beleza total”, comenta.
A escolha do tema reforça o chamado à “ecologia integral” defendida por Francisco, em que tudo está interligado — ser humano, natureza e fé. A ideia de Casa Comum, enfatizada na Laudato Si’, convida a uma conversão interior e coletiva diante dos desafios ambientais e sociais.

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