plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 26°
cotação atual R$


home
CIDADE DE TODAS AS DELÍCIAS

Belém do Pará está cada vez mais vegana e vegetariana

A capital paraense é reconhecida por suas suas delícias e hoje vão bem além. Conheça pequenos empreendedores e suas motivações em enfrentar os desafios do mercado vegano e vegetariana em Belém.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Belém do Pará está cada vez mais vegana e vegetariana camera Petra Marrom é um dos destaques em Belém com as delícias da padaria Verderosa. | Arquivo pessoal

Sair da "bolha" do consumo alimentício tradicional continua a ser um desafio que o mercado e o nicho vegetariano/ vegano enfrentam no cotidiano. Apesar dos preconceitos sofridos por esse tipo de comercialização e estilo de vida, o mercado vegano no Brasil tem crescido de forma significativa. Segundo dados recolhidos pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), 46% dos brasileiros deixam de comer carne por vontade própria pelo menos uma vez por semana.

As motivações deste crescimento do mercado vegano são diversas: busca por alimentos saudáveis, consumo de roupas e cosméticos sem tortura animal, escolha por menos impacto ambiental e econômico, visto que alimentação tradicional como carne bovina fez com que muitos habitantes criassem novos hábitos alimentares.

Paraense lança portal de jornalismo feminista; conheça!

Entre ofensas gritantes e prazeres silenciosos: a Belém da homofobia e dos banheirões

O vegetarianismo possui uma série de variações no movimento. Entre elas, a que mais movimenta o setor são os flexitarianos. Esse grupo não necessariamente come apenas comidas veganas ou vegetarianas com constância, mas está disposto a reduzir o consumo de proteína animal e, não comprar produtos que realizem testes animais, os chamados cruelty free.

Ocorrem diversos questionamentos relacionados ao veganismo e vegetarianismo, sobretudo, em relação à falta de proteínas e carências alimentares que podem ocorrer neste gênero de dieta. No entanto, segundo o nutricionista Paulo Arouck, “existem várias vantagens na alimentação vegetariana/vegana se for orientada de forma correta. E por ser uma alimentação completa, podemos encontrar várias fontes de proteína e uma única refeição como a aveia em flocos crua, grão de bico cozido, ervilha em vagem, soja (tofu), milho verde cru, lentilha cozida, feijão preto cozido, amêndoas, castanha de caju leite de amêndoas, quinoa cozida... É só juntar vários elementos em uma refeição", destaca o profissional.

O nutricionista Paulo Arouck explica o quanto uma alimentação vegana ou vegetariana pode ser saudável.
📷 O nutricionista Paulo Arouck explica o quanto uma alimentação vegana ou vegetariana pode ser saudável. |Arquivo pessoal

Embora o profissional da nutrição considere a alimentação "veg" uma boa alternativa, ele alerta aos cuidados que os vegetarianos precisam ter em relação às deficiências de nutrientes como a proteína, vitamina B12, cálcio, ferro, zinco e vitamina D. Portanto, o acompanhamento nutricional é indispensável, justamente para que não ocorra o desenvolvimento de doenças e carências nutricionais.

Engana-se quem pensa que o cenário vegano e vegetariano é uma temática nova em Belém do Pará. Ainda em 2009, os adeptos a esta filosofia, uniam-se aos entusiastas de punk e hardcore na capital paraense e ganhavam espaço aos domingos na Praça da República. A partir dessas reuniões, foi criado o VEM (Veganismo em Movimento), coletivo que visa promover um Veganismo Popular na Amazônia.

Neste mesmo período, foi fundado o Veg Casa, empreendimento que além de agregar comidas diferenciadas a preço popular, percebe uma boa aceitação a este tipo de alimentação. Um grande diferencial deste negócio é que por estarem localizados na Terra Firme, lugar em que comidas como a Berinjela é considerada remédio. Segundo o fundador Frank Albert, a localidade tornou-se um facilitador por se tratar de um bairro que poucos empreendimentos realizam entregas.

Dina Dayala e Bruna Gomes ajudaram a expandir o mercado vegano e vegetariano em Belém com o empreendimento Flor e Sal.
📷 Dina Dayala e Bruna Gomes ajudaram a expandir o mercado vegano e vegetariano em Belém com o empreendimento Flor e Sal. |Arquivo pessoal

Existe um crescimento considerável no empreendedorismo vegano/vegetariano na capital paraense. Em Belém, é possível encontrar negócios voltados para a culinária vegetariana e vegana. Prova disso é a Padaria Verderosa, primeira padaria vegana do estado do Pará. A Verderosa, fundada pela empresária Petra Marrom, nasceu oficialmente em 2018, antes disso, a empreendedora produzia esporadicamente pães e doces para as feiras que o pai trabalhava.

Uma das motivações da vegana foi a paixão por cozinhar, comer e trazer mais opções veganas para a cidade de Belém. Apesar da chefe de cozinha saber que a capital paraense ainda está "engatinhando" neste consumo, as pessoas que são adeptas ao vegetarianismo/veganismo, procuram muito pelos serviços que a mesma oferece. "Na mesma maneira que existem os preconceitos, quem gosta ou acha que a comida é mais saudável e as pessoas que sabem do que se trata, consomem muito".

A partir de uma união e o amor pelo veganismo e vegetarianismo, nasceu mais um empreendimento: Flor e Sal, fundado por Dina Dayala e Bruna Gomes. A empresa foi criada com o propósito de expandir o mercado vegano em Belém e ampliar a filosofia de vida e comida para várias pessoas. A iniciativa conta com variações gastronômicas e paraenses, como: maniçoba vegana, vatapá vegano e soja no tucupi.

"A culinária paraense em geral é muito rica e muito saborosa, eu gosto de chamar de quente e afetuosa. Se tratando da cozinha vegetariana digo que ela é indefinidamente a soma da criatividade para com as outras culinárias, acredito que ela seja um dos pilares principais que sustentam a riqueza da culinária vegetariana, a culinária vegetariana paraense", declara Dina Dayala, Eco Chef Vegana e sócia do Flor e Sal.

Dentre os desafios, Dina complementa: os empreendedores do ramo vegetariano aqui na cidade precisam de mais união e feiras que promovam a inovação e que possam inserir novos integrantes e pequenos empreendedores sem tantas complicações". As empreendedoras torcem pelo dia em que irão escutar as pessoas falando que vão sair, comer comidas veganas acompanhadas de uma cerveja tão gostosa quanto. Embora concordem que o consumo veg tem sido cada vez mais afetivo e acolhedor, ainda é fechado em círculos sociais e visto de forma elitista, a riqueza e a criatividade da culinária paraense vai trazer riqueza de conhecimento e afeto através da comida.

Andreza Alves é jornalista, mestra em Comunicação pela Universidade do Minho, em Portugal.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Gastronomia

    Leia mais notícias de Gastronomia. Clique aqui!

    Últimas Notícias