A Itália se tornou o país com o maior número de vítimas do novo coronavírus em todo o mundo. A informação foi confirmada na última quinta-feira (19), após o mesmo superar o epicentro do Covid-19, a China. Somente entre quarta e quinta, foram registradas 902 mortes, totalizando 3.245 vítimas. Afinal, o que deu errado no país europeu? 

O primeiro passo é entender que uma das principais razões para a alta mortalidade na Itália é o grande número de idosos. Para se ter uma ideia, a idade média do italiano é de 44 anos. Já dos chineses, é de 37 anos. Dados do Instituto Superior da Saúde, ligado ao Ministério da Saúde, a idade média dos infectados pelo novo vírus no país é de 63 anos. 

Outro fator que contribuiu para o alastramento da doença foi o clima do local. O período frio acaba contribuindo para a maior proliferação de gripes, que inicialmente foi confundida com a Covid-19. 

"A principal razão é o tamanho da nossa população de idosos", explicou o médico especializado em doenças infectivas Antonio Montegrandi. O especialista ainda deixou claro que são raros os registros de vítimas fatais com idade inferior a 50 anos. As que surgiram, se agravaram devido alguma doença séria já existente nesses pacientes. 

Com a alta propagação do vírus, foi pedido para os moradores que se mantenham em quarentena. Apesar da ordem para se manter em casa, muitos italianos não estão cumprindo com a exigência, o que tem contribuído com o índice de mortes. Segundo Montegrandi, os italianos tem um modo de vida "irresponsável" e que não possuem senso cívico". Ele ainda destaca que a população é "um pouco rebelde". 

"Como se trata de um vírus muito contagioso, esse modo de vida se transforma num problema. Muitos jovens estão infectados, não apresentam sintoma, pensam que estão bem e continuam a infectar outras pessoas, tornando-se um perigo para a faixa de risco. Por isso é importante respeitar a quarentena", destacou o especialista.

Mesmo com o decreto do governo italiano, muitas pessoas continuaram seguindo sua rotina sem a preocupação com a pandemia. Foram feitos registros de aglomerações em praias e estações de esqui. Além disso, houve um grande deslocamento da pessoas que moram no Norte, em trens, ônibus e aviões, para cidades do Centro e do Sul da Itália, onde a doença está mais controlada. 

Foto: Agência Brasil

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