Pacientes internados em estágio terminal em hospitais na Norte da Itália, devido ao Covid-19, receberam, na última semana, tablets para que pudessem se despedir de seus familiares. O país europeu tem o maior número de mortes causadas pelo novo coronavírus. Até a manhã deste domingo (29), as vítimas fatais já passavam de 10 mil. As informações foram publicadas no Estado de Minas.

A campanha para doações foi lançada pelo  vereador Lorenzo Musotto, após ele ver o depoimento da médica Francesca Cortellaro, que falava do drama dos pacientes internados no Hospital San Carlo, em Milão, que pedia para que ela se despedisse, por eles, dos seus filhos e netos. Ela relatou que os pacientes do novo coronavírus entravam no hospital sozinhos e iam “embora” sem poder se despedir de seus entes queridos.

“O direito de dizer adeus” é uma campanha que usa a tecnologia para oferecer algum conforto a pacientes terminais no Norte da Itália, onde eles arrecadam dinheiro para a compra de tablets a serem doados a hospitais e clínicas que estão cuidando de quem está morrendo, já que esses pacientes estão em o isolamento social e não podem ter contato com ninguém que não seja da equipe médica, com isso, eles não podem receber visitas dos familiares.

Com os tablets, eles podem por meio de vídeochamadas se comunicar e despedir de seus familiares. “Assim, decidimos comprar os aparelhos e permitir que os pacientes possam falar com os entes queridos uma última vez”, explicou o vereador. “Vou lhe dizer por que esse pensamento me machuca mais que a própria morte: porque certamente existem outras residências para idosos, hospitais e clínicas onde não há mais a possibilidade de dizer adeus em função da limitação da infecção. Infelizmente, não temos muito mais fundos após essa despesa”, completou.

A médica Francesca Cortellaro contou uma situação que a marcou muito: uma idosa com coronavírus lhe pediu para ver a neta pela última vez antes de morrer. Como era impossível, ela pegou o telefone celular e fez uma chamada de vídeo. “Houve a despedida e logo depois ela (a paciente) se foi”, concluiu.

Foto: NYT/Spedali Civili di Brescia

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