Respirando sem assistência de aparelhos, o papa Francisco, 84 anos, está alerta, mas boas condições gerais depois de passar por procedimento cirúrgico para remover parte do seu cólon, informou o Vaticano nesta segunda-feira (5). O pontífice, no entanto, deve permanecer internado por pelo menos sete dias.
De acordo com o porta-voz Matteo Bruni, a cirurgia a que Francisco foi submetido -uma hemicolectomia esquerda, procedimento em que parte do cólon é removida- durou três horas e foi conduzida por dez profissionais do hospital Gemelli, em Roma.
Foi a primeira vez que o Vaticano deu detalhes sobre a natureza específica da cirurgia, programada para tratar um quadro de estenose diverticular, doença em que se formam "bolsas" na camada muscular do cólon, tornando-a mais estreita.
Além de causar dor, a condição pode provocar distensão abdominal, inflamações e dificuldades para evacuar. Trata-se de um diagnóstico mais comum em idosos.
O papa chegou ao hospital às 15h (10h, no horário de Brasília) deste domingo (4), acompanhado de seu motorista e de um colaborador próximo. Francisco permanecerá internado em um quarto do 10º andar do hospital romano, o mesmo usado por João Paulo 2º diversas vezes após o atentado em 1981 e durante o tratamento de seus vários problemas de saúde.
As janelas do 10º andar permaneceram fechadas durante toda a noite. Esta foi a primeira vez que o papa Francisco precisou ser internado desde que assumiu a liderança da Igreja Católica, em 2013.
O pontífice suspendeu as audiências gerais das quartas-feiras durante o mês de julho e não tem encontros programados em sua agenda oficial até o próximo domingo (11), quando deverá aparecer na varanda do palácio apostólico para a tradicional oração do Ângelus.
Nascido em 17 de dezembro de 1936 na Argentina, Jorge Bergoglio teve o lobo superior do pulmão direito removido aos 21 anos, devido a uma pleurisia. Ele sofre de problemas nos quadris e dor ciática crônica.
Neste domingo, Francisco celebrou a tradicional oração dominical do Ângelus na janela da residência Santa Marta para os fiéis reunidos sob um sol forte na Praça de São Pedro. Ele parecia em boa forma e animado para anunciar uma visita oficial à Eslováquia de 12 a 15 de setembro, sua segunda viagem ao exterior em 2021, depois do Iraque, em março.
"Não tenho medo da morte", confidenciou ele em 2019 durante uma entrevista ao jornalista argentino Nelson Castro, que escreveu um livro sobre a saúde dos papas. Na obra, Francisco conta que, mesmo após a dor intensa que sentiu após a operação no pulmão a que foi submetido, tinha convicção de que seria curado.
"Nunca senti limitação em minhas atividades. Mesmo em várias viagens internacionais nunca tive que limitar ou cancelar nenhuma das atividades programadas", disse o pontífice, na ocasião.
Mais recentemente, porém, Francisco de teve de cancelar alguns compromissos, como a tradicional missa de Ano-Novo, em 1º de janeiro.
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