O governo alemão apresentou na última terça-feira (07/06) um projeto de lei com novas regras sobre abatimento de animais para consumo humano. A iniciativa do governo visa amenizar o sofrimento dos animais na hora da morte, mas a nova regra tem gerado polêmicas nas redes sociais.
"Quero que carne de qualidade da Alemanha seja servida também no futuro. Para isso, nossas fazendas precisam urgentemente de um plano no qual possam confiar", disse o ministro da Nutrição e Agricultura, Cem Özdemir, ao anunciar a proposta.
Segundo ele, o plano tem quatro elementos centrais: um rótulo obrigatório que especifica sob quais condições os animais foram criados, a reforma dos estábulos e financiamento para isso, ajustes nas leis de construção e licenciamento e melhores regras na lei de bem-estar animal.
Veja também:
O rótulo será colocado primeiro nos produtos de carne suína, e em uma etapa posterior em outros produtos de carne fresca. Sejam vendidos on-line, na loja ou em um supermercado, todos os produtos serão obrigados ter um rótulo que indique um dos cinco métodos de criação: curral, curral com espaço extra, curral ao ar livre, livre em terreno aberto e orgânico.
Embora a Alemanha já tenha iniciativas que rotulam produtos de carne fresca em quatro categorias similares, é a primeira vez que tal rotulação seria obrigatória por lei, explicou Bernhard Krüsken, secretário-geral da Associação de Agricultores Alemães. "E isso faz da Alemanha uma pioneira na Europa nesse tema", disse à DW.
A associação fez parte da Comissão Borchert, uma coalizão de políticos, cientistas, associações agrícolas e ONGs ambientais que elaborou o projeto de lei. O texto não inclui uma data em que a rotulagem obrigatória da carne suína entraria em vigor, ou quando outros produtos de carne como carne bovina e de aves deverão fazer o mesmo.
Segundo dados do governo, todos os anos, cerca de 13,6 milhões de porcos morrem na Alemanha antes de serem abatidos. Isso equivale a 1 em cada 5 animais. Um estudo da escola veterinária de Hannover mostra que é esperado que 13,2% dos porcos e 11,6% dos porcos reprodutores enfrentem dores fortes por um tempo considerável antes de morrerem.
Mesmo os animais mantidos em fazendas orgânicas estão frequentemente doentes. Um estudo da Universidade de Kasselshows mostra que mais da metade das vacas leiteiras em fazendas orgânicas têm mastite, uma inflamação dolorosa das tetas. Apesar da doença, elas são ordenhadas todos os dias.
É por isso que a Foodwatch e outras ONGs estão pedindo exames médicos regulares nas fazendas. Os abatedouros coletam e monitoram dados sobre o estado em que os animais estavam quando são entregues a eles, para saber qual fazendeiro entrega animais saudáveis e qual não entrega.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar