Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, conseguiram um feito inédito que pode mudar o conceito do que é ciência e sua real finalidade nos tempos modernos. Eles conseguiram reverter parcialmente o processo de morte celular de porcos em um laboratório de pesquisa.

Durante os trabalhos, os pesquisadores foram capazes de restaurar funções vitais importantes de órgãos dos suínos uma hora depois que os animais morreram. O experimento foi publicado essa semana na revista Nature.

A façanha foi alcançada graças a um novo processo chamado OrganEx. Por meio dele, os especialistas puderam manter vivos os órgãos de porcos recentemente falecidos ao conectar os bichos a um sistema de bombas, filtros e circulação de fluidos. Porém, o procedimento não restaura a função cerebral dos animais, mas garante que certas funções celulares nos órgãos vitais continuem funcionando.

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De acordo com os pesquisadores, o sistema poderia ser usado no futuro para ajudar a preservar os órgãos humanos doados para transplantes. O dispositivo também poderia ser usado em humanos vivos para tratar a isquemia (suspensão da irrigação sanguínea numa parte do organismo) que ocorre durante um AVC ou ataque cardíaco.

Mas os cientistas ressaltam que a técnica ainda está longe de ser aplicada em humanos.

"Precisamos estudar muito mais detalhadamente o grau em que o dano isquêmico é desfeito em diferentes tipos de órgãos antes de estarmos perto de tentar um experimento como esse em um ser humano que sofreu danos anóxicos (causados por falta de oxigenação do cérebro)", disse Stephen Latham, diretor do Centro Interdisciplinar de Bioética de Yale e coautor do estudo.

Os pesquisadores foram capazes de restaurar funções vitais importantes de órgãos dos suínos Foto: Reprodução/ New Scientist

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