plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 29°
cotação atual R$


home
GUERRA

Putin declara lei marcial em áreas anexadas a Rússia

A decisão foi anunciada nesta quarta (19) pelo presidente Vladimir Putin em uma reunião com seu Conselho de Segurança

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Putin declara lei marcial em áreas anexadas a Rússia camera Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu. | Reprodução/ Twitter

Oito meses após invadir a Ucrânia, a Rússia viu a guerra que iniciou chegar a seu território. Oito regiões do país, incluindo a capital Moscou, foram colocadas em alerta máximo, e as quatro áreas anexadas do país vizinho, sob lei marcial.

A decisão foi anunciada nesta quarta (19) pelo presidente Vladimir Putin em uma reunião com seu Conselho de Segurança, que foi televisionada. É uma admissão tácita de que a situação está saindo do controle, a primeira do tipo na guerra.

Com o alerta, o trânsito de pessoas e veículos será limitado e sujeito a fiscalização mais dura por parte da polícia e das forças militares. Um comitê encabeçado pelo premiê Mikhail Michustin deverá detalhar medidas adicionais.

Já a lei marcial nas duas autoproclamadas repúblicas do Donbass, Lugansk e Donetsk (leste), e nas regiões administrativas de Kherson e Zaporíjia (sul) implica um total controle sobre a vida civil e a possibilidade de medidas militares mais drásticas.

"Estamos trabalhando para resolver tarefas de grande escala, muito complexas, para garantir um futuro confiável para a Rússia e para nosso povo", disse o presidente.

Na prática, a emergência já começou em Kherson, área que segundo o novo comandante militar russo da invasão, Serguei Surovikin, está sob ameaça iminente de um ataque de Kiev. O governo local determinou que de 50 mil a 60 mil pessoas sejam evacuadas da capital regional e seu entorno para áreas mais ao sul, protegidas fisicamente pelo rio Dnieper, que separa uma fatia ao noroeste do resto da região.

Segundo o administrador pró-Kremlin do local, Vladimir Saldo, disse à TV estatal Rússia 1, "todo o governo já está mudando hoje [quarta]" para a margem esquerda do Dnieper.

A medida adiciona complexidade à fase atual da invasão iniciada em 24 de fevereiro. Kherson, a vizinha Zaporíjia e as duas autoproclamadas repúblicas do Donbass, no leste, foram anexadas por Putin após referendos feitos às pressas por autoridades locais em setembro.

Ao mesmo tempo, o Kremlin iniciou uma impopular mobilização de 222 mil reservistas para, nas palavras de Putin, estabilizar as frentes. Segundo o presidente e seus assessores, o novo território é "russo para sempre" e será defendido se preciso com armas nucleares, o que gerou um grande alarme no Ocidente.

Há um temor de que o russo possa empregar uma ogiva nuclear tática, de baixa potência, com finalidade de barrar movimentos de tropas e assustar os ucranianos. Militarmente parece não fazer muito sentido, pois muitas seriam necessárias, elevando riscos de contaminação, e politicamente o Kremlin estaria arriscando a Terceira Guerra Mundial com a Otan (aliança militar liderada pelos EUA).

Desta forma, a ameaça parece ser isso, para ganhar tempo. Desde a semana passada, a dinâmica do conflito mudou. Usando um ataque atribuído a Kiev à ponte que liga a Crimeia que anexou em 2014 à região de Krasnodar, na Rússia, Putin determinou ataques à infraestrutura energética ucraniana.

Veja também:

O resultado, segundo o presidente Volodimir Zelenski, foi a destruição de 30% das centrais de distribuição de energia elétrica do país, deixando mais 1.000 cidades e vilas sem luz ou água --o sistema precisa de eletricidade para funcionar. Os ataques continuaram, com mísseis e drones kamikazes iranianos, nesta quarta.

Agora, a lei marcial naquilo que chama de novas fronteiras da Rússia. O movimento em Kherson é especialmente simbólico porque a capital homônima da região foi a primeira grande cidade ucraniana a cair em mãos russas, logo no começo da guerra.

Mas sua posição exposta a duas frentes ucranianas e com o rio Dnieper tendo suas pontes principais destruídas por artilharia americana operada por Kiev a transformou em algo quase indefensável. O que parecia deter uma ação maior de Kiev era o fato de que ela tinha boa parte dos seus 300 mil habitantes.

A evacuação, se eficaz, abrirá caminho para ou a entrega da cidade ou a sua transformação em um inferno de bombardeios -a opção nuclear parece exagerada a esta altura. Uma crise humanitária, contudo, está garantida de cara. Com efeito, o governo de Zelenski classificou a medida como "um show de propaganda".

Já as medidas em solo russo reconhecido terão impacto ainda incerto sobre a moral da população. A aprovação de Putin já havia começado a cair, ainda em níveis estratosféricos contudo, com a mobilização que deve acabar na semana que vem. Em Moscou, por exemplo, ela já foi encerrada.

Uma coisa é certa: a guerra já havia entrado no cotidiano russo aos poucos, com as sanções ocidentais e, depois, a mobilização. Agora, poderá alterar a rotina dos moradores de vez, com efeitos insondáveis.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Mundo Notícias

    Leia mais notícias de Mundo Notícias. Clique aqui!

    Últimas Notícias