Paisagens glaciais são conhecidas por esconderem muito segredos sob suas camadas de gelo. No entanto, na evidência do aumento das temperaturas globais, alguns destes segredos estão finalmente sendo revelados – alguns bons e outros certamente bizarros.
Um grupo de alpinistas encontraram cerca de 13 camundongos mumificados no alto da Cordilheira dos Andes, onde o ambiente é mistura árida de rochas, neve e gelo — sem contar as temperaturas que nunca ultrapassam a casa do 0ºC. A 6 mil metros acima do nível do mar, o ar na região é tão rarefeito que se torna difícil respirar. O estudo foi publicado na revista científica Nature.
Por esses motivos, pesquisadores acreditavam que esse habitat era muito hostil para acolher vida. Como as condições de vida no topo dos vulcões andinos é muito semelhante às encontradas em Marte, os pesquisadores agora estão se questionando como os ratos chegaram até lá e conseguiram sobreviver.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
- Aquecimento Global: vegetação na Antártica está aumentando
- Flecha afiada de 3.600 anos surge após degelo na Noruega
- Degelo revela corpo de alpinista desaparecido em 1986
Vale lembrara que essa não é a primeira vez que roedores são encontrados em ambientes tão gelados do planeta. Em2013, um grupo de montanhistas que subia o vulcão Llullaillaco, com 6,6 mil metros de altura, na fronteira entre Chile e Argentina, avistou um pequeno roedor deslizando pela neve. Ao saber a aparição do animal, cientistas se deslocaram até o pico mais para confirmar a descoberta e conseguiram capturar um rato vivo de cauda amarelada.
A criatura rapidamente ganhou as manchetes como o mamífero que vive mais alto no mundo. Desde então, pesquisadores da Universidade de Nebraska expandiram a sua busca pelos chamados camundongos de grande altitude em 21 picos dos Andes.
O líder da pesquisa, Jay Storz, relatou a descoberta também levantaram uma série de outras questões, incluindo como e por que esses ratos chegaram nessa região do mundo. Datações por radiocarbono sugerem que os roedores de dois vulcões, Salín e Copiapó, tinham apenas algumas décadas de idade, enquanto amostras do Vulcão Púlar tinham no máximo 350 anos.
No passado, arqueólogos haviam sugerido que os primeiros ratos foram levados aos vulcões — intencionalmente ou não — pelos Incas, que eram conhecidos por fazer peregrinações a esses locais para sacrifícios humanos e animais. Contudo, o novo estudo indica que os Incas visitaram essas regiões centenas de anos antes de os ratos descobertos viverem lá.
Quer ver mais notícias de Mundo? Acesse nosso canal do WhatsApp
Como os animais foram essencialmente liofilizados, o que significa que passaram por um processo de criodesidratação, os cientistas conseguiram extrair seu DNA e compará-lo com o material genético de outros ratos da mesma espécie que viviam nas terras baixas e na região central do Atacama.
“Nossos dados genômicos indicam que não: que os ratos dos cumes e os dos flancos ou da base dos vulcões no terreno desértico circundante são todos uma grande família feliz”, disse Storz em comunicado oficial. Isso sugere que os camundongos dos Andes foram para lá por vontade própria.
Como próxima etapa, Storz planejam continuar procurando respostas sobre como essas criaturas são capazes de sobreviver nessa parte hostil do mundo.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar