Polônia elege novo premier e tira direita do poder 

Após oito anos de um governo de extrema-direita, inclusive acusado de preconceitos contra pessoas LGBTQIA+ e imigrantes, além de tornar a a mídia estatal como uma ferramenta de publicidade do governo, um novo premier irá assumir a Polônia.

Nesta segunda-feira (11 de dezembro de 2023), o líder da Coalizão Cívica, Donald Tusk (centro), foi eleito como o próximo primeiro-ministro da Polônia. A vitória foi conquistada no Parlamento, onde derrotou o então premiê conservador Mateusz Morawiecki por 248 votos a favor e 201 contra. Esse resultado marca o término de oito anos de domínio do partido de direita PiS (Lei e Justiça) no país.

Tusk está programado para apresentar seu plano de governo na terça-feira (12 de dezembro) e fazer o juramento na quarta-feira (13 de dezembro). Com vasta experiência política, ele é uma figura reconhecida no Parlamento, tendo sido primeiro-ministro de 2007 a 2014 e presidente do Conselho Europeu de 2014 a 2019.

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A ascensão de Tusk ao poder na Polônia pode representar uma oportunidade para reestabelecer a relação do país com a União Europeia. O bloco havia congelado bilhões de euros destinados à Polônia devido a discordâncias sobre os padrões democráticos. Durante o mandato do PiS, a oposição acusou o partido de fomentar preconceitos contra pessoas LGBTQIA+ e imigrantes, minar a independência do Judiciário e transformar a mídia estatal em um instrumento de propaganda governamental.

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Em julho de 2021, a Comissão Europeia processou a Polônia por suposta discriminação contra minorias. Embora o partido de Morawiecki tenha vencido as eleições parlamentares de 15 de outubro, não conquistou a maioria dos assentos no Parlamento. Diante desse resultado, o ex-premiê renunciou ao cargo. Contudo, o presidente polonês, Andrzej Duda, sugeriu que Morawiecki permanecesse interinamente como primeiro-ministro e tentasse formar um novo governo. Essa proposta foi rejeitada pelo Parlamento nesta segunda-feira (11 de dezembro), abrindo caminho para a ascensão de Tusk, que já contava com o apoio de dois partidos de esquerda.