O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, chamou as ações de Israel contra Gaza de "ilegais e imorais" durante passagem pela Cisjordânia, parte do território Palestino, neste domingo (17).
O chanceler, que está em viagem diplomática pelo Oriente Médio, criticou a falta de resposta da comunidade internacional, e anunciou que o Brasil continuará a dar recursos para a Agência da ONU para refugiados palestinos.
Ele representou o presidente Lula em cerimônia da Fundação Yasser Arafat, disse que a destruição em Gaza não será esquecida, e que a fome não pode ser usada como arma de guerra.
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Ele também criticou o veto ao cessar-fogo proposto pelo Brasil em outubro. A proposta do governo brasileiro ao Conselho de Segurança da ONU foi negada apenas por Israel e pelos EUA, um dos cinco países que tem poder de veto. Ele alertou que, na época, eram 3,2 mil mortes. "Hoje, são mais de 31 mil".
"A credibilidade do atual sistema de governança internacional está sob os escombros de Gaza", disse.
O governo brasileiro também garantiu que sejam mantidos os repasses para a Agência da ONU para Refugiados Palestinos, que perdeu seus maiores financiadores depois do governo de Israel acusar 12 dos mais de 10 mil funcionários da Agência de participar dos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023.
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Também durante a viagem, foi firmado compromisso do governo brasileiro para liderar a campanha de inclusão da Palestina como membro pleno das Nações Unidas. O país é um membro observador desde 2012, e não tem direito a voto. A ideia é que, em 2024, se inicie a campanha para que o país se torne um membro pleno.
O entendimento brasileiro é de que a adesão é fundamental para a paz na região e um acordo que defina explicitamente a criação dos estados de Israel e da Palestina. Atualmente, grande parte do território da Cisjordânia é dominada por Israel.
A viagem de Mauro Vieira passou pela Jordânia e Cisjordânia, e ainda irá ao Líbano e Arábia Saudita, e não fará paradas em Israel. Segundo o Itamaraty, a viagem estava definida antes das tensões entre Brasil e Israel, após o presidente Lula chamar os atos de Israel de genocídio.
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