Situada na cidade de Burgos, na Espanha, a Igreja de Santa Águeda foi construída em meados do século 11, mas passou por diversas modificações ao longo dos tempos. Hoje a Igreja que existe lá não é a mesma da época, embora nada apague sua história e importância para a região.
Tanto é que, pesquisadores descobriram uma espécie de 'cápsula do tempo' que ficou escondida por centenas de anos numa parte inusitada de uma estátua do local.
Conteúdos relacionados:
- Livro indecifrável chama atenção de especialistas
- Tecnologia revela "capítulo oculto" da Bíblia em pergaminho
- Pinturas que retratam Jesus e Maria são achadas no Sudão
De acordo com a National Geographic, a Igreja de Santa Águeda possui uma estátua de Jesus Cristo durante a crucificação. No entanto, a imagem começou a apresentar rachaduras e começou a se soltar da cruz.
Ao restaurar a estátua do século 18, historiadores espanhóis encontraram duas cartas intrigantes. Mas o que chamou a atenção dos pesquisadores, foi a parte improvável em que ela estava escondida: nas nádegas da peça.
Então preservacionista do grupo Da Vinci Restauro, Gemma Ramírez, foi uma das profissionais que trabalhou para manter a estátua em boas condições. Ramírez explicou que, ao levantar a estátua sobre uma mesa de trabalho, a equipe percebeu que havia algo dentro.
Quando removeram a parte posterior da imagem santa, Gemma e sua equipe descobriram em um fundo oco, documentos que detalhavam a vida na Espanha no final do século 18.
As duas cartas manuscritas, já amareladas com o tempo, são datadas de 1777. As missivas foram assinadas por Joaquín Mínguez — então capelão da catedral do Burgo. Nelas, traçava um retrato da atividade econômica e cultural cotidiana da região.
Veja o momento em que as cartas foram encontradas:
De acordo com o capelão, a estátua foi criada por um homem chamado Manuel Bal, responsável por criar outras imagens semelhantes, de madeira, que estavam espalhadas por outras igrejas da região.
Quer saber mais notícias do mundo? Acesse nosso canal de Whatsapp
Nas cartas, Joaquín Mínguez descreve as colheitas bem-sucedidas de diversos tipos de grãos, como trigo, centeio, aveia e cevada, e também das reservas de vinho. A carta também citava que doenças como a febre tifoide assolavam a aldeia — que tinha atividades com carteados e bolas como entretenimento.
Mínguez também fez relatos do clima político da Espanha governada pelo rei Carlos III e citou a Inquisição Espanhola, que durou de 1478 a 1834.
Em entrevista para o jornal espanhol El Mundo, o historiador Efren Arroyo, acredita que os documentos mostram que Mínguez, provavelmente, pretendia que as cartas servissem como uma espécie de 'cápsula do tempo' para as gerações futuras. Arroyo também acrescentou que é incomum que artefatos sejam encontrados dentro de estátuas em igrejas.
As cartas foram restauradas e enviadas para o Arcebispo de Burgos; que arquivou os documentos. Além disso, uma cópia das correspondências foram feita e colocada de volta nas nádegas da estátua, para preservar a vontade de Joaquín Mínguez.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar