Os conflitos no Oriente Médio ainda estão acontecendo e atraem preocupação de líder mundiais diariamente.
Rebeldes sírios entraram nos subúrbios da cidade estratégica de Homs neste sábado (7), disseram pessoas com conhecimento do assunto à agência Reuters.
As forças avançam rapidamente em uma ofensiva que já dura uma semana, enquanto a ditadura de Bashar al-Assad luta para se manter após 24 anos no poder.
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Um residente de Homs, integrantes do Exército e rebeldes afirmaram que os insurgentes romperam as defesas do regime pelo norte e leste da cidade. O Exército sírio não comentou imediatamente os relatos.
Os combates estavam intensos no norte da cidade desde a noite de sexta-feira (6), com as forças do regime reforçadas e utilizando intensos ataques aéreos para bombardear os rebeldes.
Os insurgentes também tomaram quase toda a região sudoeste em 24 horas e avançaram para um ponto a cerca de 30 quilômetros da capital Damasco, enquanto as forças do regime recuavam para posições que facilitavam o esforço de defesa, disseram os rebeldes. O ministério da Defesa negou a informação, de acordo com a agência AFP.
Um porta-voz dos rebeldes disse neste sábado que o cerco à capital, Damasco, havia começado. Para reforçar a possibilidade de uma nova revolta na própria capital, manifestantes de um subúrbio derrubaram uma estátua do pai de Assad, disseram moradores. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra a estátua sendo destruída.
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Assad permanece em Damasco, informou a agência de notícias estatal síria.
Desde a invasão dos rebeldes em Aleppo, há uma semana, as defesas do regime desmoronaram rapidamente, com os insurgentes tomando uma série de grandes cidades e se levantando em lugares onde a rebelião parecia já ter acabado.
Além de capturarem Aleppo no norte, Hama no centro e Deir al-Zor no leste, os rebeldes disseram que tomaram as regiões do sul de Quneitra, Deraa e Suweida.
As ameaças contra Homs, cidade cuja importância estratégica é considerada vital e, agora, Damasco representam um risco existencial ao regime de Assad e à continuidade da influência de seu principal apoiador regional, o Irã.
O ritmo dos acontecimentos surpreendeu os demais países árabes e aumentou os temores de uma nova onda de instabilidade regional.
A guerra civil síria, que começou em 2011 como uma revolta contra o regime de Assad, envolveu grandes potências externas, criou espaço para militantes jihadistas planejarem ataques pelo mundo e enviou milhões de refugiados para países vizinhos.
Assad sempre contou com aliados para subjugar os rebeldes, com bombardeios de aviões de guerra russos, enquanto o Irã enviava forças aliadas, incluindo o Hezbollah do Líbano e milícias iraquianas, para reforçar o exército sírio e atacar os redutos insurgentes.
Mas a Rússia tem se concentrado na Guerra da Ucrânia desde 2022, e o Hezbollah sofreu grandes perdas em sua própria guerra contra Israel, limitando significativamente a capacidade do grupo e do Irã de reforçar Assad.
Os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Irã e da principal força de apoio aos rebeldes, a Turquia, se reuniram neste sábado e concordaram que a integridade territorial da Síria e a retomada de um processo político são fundamentais.
Não houve indicação de que tenham concordado com passos concretos, no entanto. De todo modo, a instabilidade doméstica na Síria dificulta algo nesse sentido.
A Rússia possui uma base naval e uma base aérea no país, importantes não apenas para o apoio a Assad, mas também para a sua capacidade de projeção de influência no Mediterrâneo e na África.
Moscou tem apoiado as forças do regime com intensos ataques aéreos, mas não está claro se os russos podem intensificar a campanha facilmente.
O Irã disse que considera enviar forças à Síria, mas qualquer assistência extra imediata provavelmente depende do Hezbollah e das milícias iraquianas.
O grupo libanês enviou algumas "forças de supervisão" a Homs na sexta, mas qualquer envio significativo de tropas cria o risco de exposição a ataques aéreos israelenses, disseram autoridades ocidentais.
As milícias iraquianas, apoiadas pelo Irã, estão em alerta máximo, com milhares de combatentes fortemente armados prontos para serem enviados à Síria, muitos deles concentrados perto da fronteira. O Iraque não busca intervenção militar na Síria, disse um porta-voz iraquiano na sexta.
Um alto funcionário iraniano, Ali Larijani, se reuniu com Assad em Damasco na sexta, informou uma agência de notícias iraniana, citando um membro do Parlamento. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, disse que "nenhuma decisão específica foi tomada sobre um horizonte para o futuro da Síria".
Um residente de Homs disse à Reuters que viu os rebeldes avançando além de uma base da Força Aérea síria no norte da cidade, que era considerada uma grande área defensiva.
Uma figura da oposição em contato com o comando rebelde e uma fonte do Exército sírio também afirmaram que os insurgentes já estavam dentro da cidade.
Os ataques aéreos atingiram as posições dos rebeldes ao norte de Homs depois que os insurgentes chegaram aos subúrbios da cidade na noite de sexta, disseram ambas as partes.
A tomada de Homs, um importante ponto de cruzamento entre a capital e o Mediterrâneo, cortaria Damasco da fortaleza costeira da seita minoritária de Assad, os alauitas, e também da base aérea e naval da Rússia.
"Homs é a chave. Vai ser muito difícil para Assad resistir, mas se Homs cair, a principal rodovia de Damasco para Tartus e a costa será fechada, isolando a capital das montanhas alauitas", disse Jonathan Landis, especialista em Síria da Universidade de Oklahoma.
No sul, a queda de Deraa e Suweida na sexta, seguida por Quneitra neste sábado, poderia permitir um ataque coordenado à capital, o centro de poder de Assad.
O Exército sírio recuou até Saasa, a 30 quilômetros de Damasco, para se reorganizar, disse um oficial do Exército sírio. Jarmana, onde manifestantes derrubaram uma estátua de Hafez al-Assad, o pai do atual ditador, está nos subúrbios do sul da cidade.
Daraa, que tinha uma população superior a 100 mil pessoas antes do início da guerra civil, tem importância simbólica como o berço da revolta. É a capital de uma província de cerca de 1 milhão de pessoas, fazendo fronteira com a Jordânia.
No leste, uma aliança apoiada pelos EUA, liderada por combatentes curdos sírios, capturou na sexta Deir el-Zor, o principal reduto do regime no vasto deserto, disseram três sírios à Reuters, colocando em risco a conexão terrestre de Assad com seus aliados no Iraque.
Em um sinal do colapso das forças do regime no leste, cerca de 2.000 soldados sírios cruzaram a fronteira para o Iraque em busca de refúgio, disse o prefeito da cidade iraquiana fronteiriça de Al-Qaem.
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