
Num país onde a dança do ventre é tradicional, mas a internet impõe novos limites de exposição, os passos de uma artista estrangeira se transformaram em caso de polícia. O conflito entre arte, cultura e valores religiosos entrou em pauta no Egito.
A italiana Linda Martino, uma das dançarinas do ventre mais populares do país, está presa preventivamente no Cairo após ser acusada de “imoralidade”, “uso de técnicas de sedução” e “exposição de partes sensíveis do corpo” em vídeos divulgados nas redes sociais. Ela tem mais de 2 milhões de seguidores no Instagram e se apresenta em casas noturnas conhecidas da capital egípcia.
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A prisão ocorreu há duas semanas, depois que o Ministério Público do Egito considerou que a dançarina havia ferido os valores familiares e sociais do país ao usar roupas provocantes e fazer movimentos considerados sugestivos durante suas apresentações.
Em sua defesa, Linda afirmou que seu trabalho segue a legislação egípcia e que os vídeos são produzidos apenas com fins de entretenimento. Ela nega qualquer violação à lei e continua detida enquanto o processo segue em fase de investigação.
Arte ou infração?
Embora a dança do ventre seja permitida no Egito, o conteúdo postado por artistas nas redes sociais deve seguir normas rígidas de conduta baseadas na interpretação local dos valores islâmicos.
Nos últimos anos, o governo egípcio tem intensificado a vigilância sobre influenciadoras digitais e criadores de conteúdo, em especial mulheres, cujas postagens sejam vistas como uma ameaça à moralidade pública.
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Casos como o de Linda não são isolados: outras influenciadoras egípcias e estrangeiras já enfrentaram ações semelhantes por conta da maneira como se vestem ou se expressam online. Até o momento, não há previsão para julgamento, e a artista segue detida em uma cadeia do Cairo, aguardando os desdobramentos legais.
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