
Um dos cinco trabalhadores que ficaram presos após um tremor na mina subterrânea de cobre El Teniente, no Chile, morreu neste sábado (2), segundo informou a Codelco, estatal responsável pela exploração do local. O acidente ocorreu na quinta-feira (31), após um terremoto de magnitude 4,2 atingir a nova unidade Andesita da mina, localizada na região central do país, a cerca de 100 quilômetros ao sul de Santiago.
A operação de resgate, que mobiliza pelo menos cem socorristas, avançou lentamente nas últimas horas. Na noite de sexta-feira (1º), a empresa informou que os socorristas haviam conseguido remover apenas 4 dos 20 metros de material necessário para alcançar os trabalhadores. Ainda não há comunicação com os demais quatro operários presos, nem informações sobre seu estado de saúde.
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O gerente geral da mina, Andrés Music, afirmou que os túneis onde os trabalhadores estão localizados estão colapsados. “Até agora não conseguimos nos comunicar com os operários presos”, declarou em entrevista coletiva.
A Codelco, maior produtora mundial de cobre, garantiu que está fazendo todos os esforços para concluir o resgate. A mina de El Teniente, considerada a maior jazida subterrânea de cobre do planeta, conta com 4.500 quilômetros de túneis e produziu 356 mil toneladas do metal em 2024, o equivalente a 6,7% da produção nacional.
Famílias cobram informações
Familiares dos trabalhadores relataram falta de comunicação por parte da empresa. Michael Miranda, irmão de Jean Miranda, um dos operários presos, disse que a família não recebeu explicações sobre o que ocorreu. “Não nos explicaram nada. Ninguém se aproximou para dizer se meu irmão está bem ou não, se está sozinho ou acompanhado”, afirmou. A esposa de Jean está grávida e, segundo ele, também não recebeu qualquer tipo de apoio da Codelco.
Investigações e paralisação
A ministra de Mineração, Aurora Williams, anunciou a paralisação das atividades da mina El Teniente desde sexta-feira, ainda sem data prevista para retorno. A origem do tremor está sendo investigada — autoridades analisam se foi um evento natural ou provocado pelas atividades de perfuração.
Sindicalistas da mina também levantaram preocupações sobre possíveis falhas de segurança. "Queremos uma investigação exaustiva. Denunciamos muitas irregularidades", disse José Maldonado, dirigente sindical com 30 anos de experiência em El Teniente.
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Histórico e segurança no setor
O acidente remete à tragédia de 2010, quando 33 mineiros ficaram presos durante 69 dias em uma jazida no deserto do Atacama, após um desmoronamento. Parte dos socorristas que atuaram naquele resgate histórico também participa da operação atual.
Apesar do incidente, o Chile mantém uma das mais baixas taxas de mortalidade na mineração global. Segundo o Serviço Nacional de Geologia e Mineração, a taxa de óbitos no setor foi de 0,02% em 2024. O país é responsável por 5,3 milhões de toneladas de cobre produzidas no último ano, liderando o mercado mundial do mineral.
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