
Em meio a um cenário de crescente tensão no Caribe, as relações entre Estados Unidos e Venezuela voltam a ganhar contornos de confronto. As disputas políticas, acusações mútuas e movimentações militares têm ampliado o clima de instabilidade na região, enquanto Washington endurece sua retórica contra o governo de Nicolás Maduro.
Na última terça-feira (19), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que o governo norte-americano usará "todos os elementos do poder americano" para impedir a entrada de drogas no país. A afirmação foi feita em uma coletiva que, embora tratasse de temas relacionados à Venezuela, não confirmou relatos sobre a presença de embarcações militares dos EUA próximos ao território venezuelano.
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Na véspera, a agência Reuters noticiou, com base em duas fontes, que três navios de guerra - USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson - estariam a caminho da costa venezuelana para combater grupos ligados ao tráfico de drogas. Segundo a reportagem, cerca de 4 mil marinheiros e fuzileiros, além de aeronaves de vigilância e ao menos um submarino de ataque, seriam mobilizados em uma operação de longa duração.
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"CHEFE FUGITIVO DE CARTEL"
Leavitt, ao ser questionada diretamente sobre o deslocamento das forças navais, preferiu reforçar a posição da Casa Branca em relação ao governo de Caracas: "O regime de Maduro não é o governo legítimo da Venezuela; é um cartel narcoterrorista. Maduro, na visão deste governo, não é um presidente legítimo; é um chefe fugitivo deste cartel, indiciado nos Estados Unidos por tráfico de drogas", afirmou.
No início de agosto, Washington aumentou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, acusado de atuar como "um dos maiores narcotraficantes do mundo".
AMEAÇAS AMERICANAS "BIZARRAS"
Em contrapartida, o presidente venezuelano anunciou uma resposta imediata às movimentações de Washington. De acordo com a emissora CBS, parceira da BBC nos EUA, Maduro determinou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos armados em todo o país. O mandatário classificou as ameaças americanas como “bizarras”.
As chamadas milícias nacionais foram criadas pelo ex-presidente Hugo Chávez como forças civis de apoio às tropas regulares, com treinamento e armamento fornecidos pelo Estado. O ministro do Interior, Diosdado Cabello, reforçou a posição oficial: "Estamos mobilizados em todo o Caribe... em nosso mar, em nossa propriedade, em território venezuelano."
Apesar do histórico de confrontos e acusações, a relação entre Washington e Caracas apresentou sinais pontuais de aproximação nos últimos meses, como a troca de prisioneiros em julho. Ainda assim, a escalada retórica e militar mostra que o equilíbrio na região segue frágil e sujeito a novos embates.
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