Neste domingo (28), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deve se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir as principais questões que ainda dificultam o fim da guerra na Ucrânia. Entre os tópicos mais delicados estão as disputas territoriais, especialmente em relação às regiões de Donbas e Zaporizhzhia. O encontro ocorre em um momento em que um plano de paz de 20 pontos e um acordo de segurança estão praticamente concluídos, mas ainda há divergências significativas a serem resolvidas.
Zelensky afirmou que há uma expectativa de avanços substanciais antes do fim do ano. "Muita coisa pode ser decidida antes do Ano Novo", declarou o presidente ucraniano, ao comentar sobre os esforços dos EUA para encerrar o conflito, que já é o mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O líder ucraniano também revelou que, durante a reunião, questões sensíveis, como o futuro de Donbas e a segurança da usina nuclear de Zaporizhzhia, devem ser discutidas.
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Uma das questões centrais nas negociações será a proposta dos Estados Unidos para a retirada completa das forças ucranianas de Donbas, região estratégica e alvo de intensos combates. Contudo, Zelensky pretende convencer Trump a reverter essa proposta, pois considera que qualquer concessão territorial significativa precisa ser decidida pelo povo ucraniano, por meio de um referendo.
O presidente ucraniano já sinalizou que, caso não consiga um compromisso firme dos EUA sobre esse ponto, poderá submeter o plano de paz a votação popular, desde que a Rússia aceite um cessar-fogo de 60 dias para permitir a realização do referendo.
Em contrapartida, a Rússia busca o controle total da região de Donbas, composta pelos oblasts de Donetsk e Luhansk, e exige que a Ucrânia retire as forças de áreas que ainda não foram totalmente ocupadas pelas tropas russas. Entretanto, o governo de Kiev defende que a guerra cesse nas linhas de batalha atuais e não aceita perder mais território. Em busca de uma solução intermediária, os EUA propuseram a criação de uma zona econômica livre nas áreas da Ucrânia que eventualmente seriam desocupadas, embora os detalhes sobre como essa zona funcionaria ainda não tenham sido esclarecidos.
Outro tema sensível que deve ser abordado durante o encontro entre Zelensky e Trump é a situação da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. A planta está localizada em uma zona de intenso conflito e, desde março, está sob controle das forças russas. A proximidade da usina com a linha de frente da guerra gera preocupações sobre a possibilidade de um acidente nuclear, o que aumentaria os riscos para a região e para o mundo. Zelensky tem manifestado preocupação com a segurança do local e deve buscar a atenção dos EUA para garantir que o controle da usina seja uma prioridade nas negociações.
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As questões territoriais, especialmente em relação a Donbas e Zaporizhzhia, continuam sendo um dos maiores obstáculos para o avanço das negociações de paz. Zelensky já deixou claro que qualquer acordo que envolva concessões de território precisa passar pela aprovação do povo ucraniano.
Com a guerra completando mais de dois anos, o tempo se torna cada vez mais crucial para a Ucrânia, que busca estabilizar a situação no país e garantir a integridade territorial. O encontro entre Zelensky e Trump pode representar um momento decisivo nas negociações para o fim do conflito, com a possibilidade de que um acordo de paz finalmente se concretize.
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