A Rússia criticou nesta segunda (26) o "tom e a retórica inadmissíveis" dos EUA e do Reino Unido, que neste domingo (25) acusaram o Exército russo de cometer uma "barbárie" e crimes de guerra na Síria.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considera que a manifestação é "suscetível de prejudicar nossas relações".

"O que a Rússia apoia e faz não é luta antiterrorista, é barbárie", disse a embaixadora americana Samantha Power, em referência aos bombardeios na cidade de Aleppo em apoio ao regime do ditador Bashar al-Assad.

Nesta segunda, bairros rebeldes de Aleppo voltaram a ser bombardeados. O número de mortos desde o início da ofensiva do regime, na quinta (22), chegou a 140, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos -12 somente nesta segunda. As vítimas são, na maioria, civis.
 

Os aviões russos e do regime de Assad realizaram "dezenas de ataques" no leste da cidade, controlado pelos rebeldes, segundo o Observatório. Entre os mortos estão 20 crianças e nove mulheres, afirmou Rami Abdel Rahman, diretor da ONG britânica.

Os quase 250 mil habitantes dos bairros rebeldes de Aleppo não recebem ajuda externa há dois meses. Desde os bombardeios de sábado (24), a população não tem água, segundo o Unicef.

"Os hospitais estão sob forte pressão com o número elevado de feridos e a falta de sangue disponível, além da ausência de cirurgiões especializados", afirmou uma fonte médica não identificada à AFP. "Por isso, as pessoas gravemente feridas são imediatamente amputadas."

(Folhapress)

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