O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, anunciaram esta terça-feira (19) que o país abandonou o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Haley, que em 2017 já tinha acusado o conselho de ter um "viés crônico anti-Israel", afirmou esta noite que o organismo é "hipócrita". Ao mesmo tempo, anunciou que a retirada norte-americana "não é uma retirada do empenho [dos EUA] em relação aos direitos humanos".

Os EUA ameaçavam há muito tempo sair se este órgão da ONU não fosse “renovado”, acusando o organismo composto por 47 membros e sediado em Genebra de ser anti-israelita. As negociações com Washington sobre estas reformas falharam, o que sugeria que a Administração Trump estaria já preparando a sua saída.

O abandono do Conselho de Direitos Humanos da ONU significa mais um corte entre a Administração Trump e acordos multilaterais - o Presidente dos EUA já tinha retirado o país do Acordo de Paris sobre o clima e do acordo nuclear com o Irã.

A decisão surge também numa altura que os EUA vem sendo alvo de intensas críticas devido à política de “tolerância zero” aos imigrantes que entram em território norte-americano e que tem gerado a separação de milhares de famílias na fronteira com o México. Zeid Ra'ad al-Hussein, alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, classificou na sessão de segunda-feira em Genebra esta política de “inconcebível” e exigiu que Washington ponha um ponto final na mesma.

(Fonte: Reuters)

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