Um Tribunal de Justiça francês ordenou que Marine Le Pen, líder da extrema direita do país, se submeta a uma avaliação psiquiátrica logo após ela ter divulgado no Twitter imagens de execuções feitas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (Daesh). A revelação foi feita pela própria líder do partido Reagrupamento Nacional (antiga Frente Nacional), que criticou a ordem.

O processo foi aberto quando Le Pen divulgou, em 2015, três imagens de decapitações, incluindo a do jornalista norte-americano James Foley. Logo após as imagens, que vieram acompanhadas com discursos de ódio contra imigrantes, Le Pen foi acusada de disseminar conteúdo violento.

“Pensava que já tinha visto de tudo: mas não! Por ter denunciado os horrores do Daesh em tweets, a ‘Justiça’ quer submeter-me a uma avaliação psiquiátrica! Até onde irá isto?”, escreveu Le Pen no Twitter. “É inacreditável”.

Je croyais avoir eu droit à tout : eh bien non ! Pour avoir dénoncé les horreurs de #Daech par tweets, la « justice » me soumet à une expertise psychiatrique ! Jusqu’où vont-ils aller ?! 🤯 MLP

— Marine Le Pen (@MLP_officiel) 20 de setembro de 2018

Le Pen fez acompanhar os tweets com o documento do tribunal, datado de 11 de Setembro, que dá ordem para a realização da avaliação, explicando que o mesmo serve para confirmar a existência de alguma doença mental ou se é “capaz de compreender o discurso e de responder a perguntas”.

Em outro tweet, a antiga candidata presidencial francesa afirmou que a decisão é “alucinante”. “Este regime está mesmo a ficar assustador”.

Mais tarde, na Assembleia Nacional francesa, Le Pen garantiu aos jornalistas que não vai cumprir a ordem. “Quero ver como me vão forçar”, desafiou. 

(Fonte: Le Monde)

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